Morte de estudante de 15 anos segue sem elucidação oito meses após crime
O adolescente faria parte do Sub-15 do Fortaleza e teve o sonho interrompido após ser vítima de disparos de arma de fogo. A mãe de Iarley busca Justiça para o filho único há oito meses
17:34 | Ago. 09, 2024
A morte de Iarley Felix de Souza, de 15 anos de idade, segue sem elucidação após oito meses do crime. O estudante foi morto a tiros em Maracanaú, na Região Metropolitana de Fortaleza. Ele cursava o 1º ano do Ensino Médio em uma escola pública e combinava a rotina escolar com os treinos de futebol. Iarley faria parte do sub-15 do Fortaleza Esporte Clube, no entanto, os planos foram interrompidos de forma repentina.
"Hoje eu trabalho, hoje eu vivo, mas não sou a mesma pessoa. Uma parte de mim se foi com meu filho e a que ficou está tentando seguir em frente", diz a mãe do estudante, Adriana Félix.
No dia 17 de Novembro, o rapaz conversava com amigos após o treino quando foi alvo de disparos de arma de fogo por ocupantes de um automóvel. Dona Adriana Félix se descreve como mãe e pai. Ela criou o filho sozinha, com dificuldade e trabalhando como cuidadora de idosos. São oito meses de espera por uma resposta para a morte do menino, sem pessoas presas ou indiciadas.
"Tenho que pedir força a Deus e continuar com a ausência do meu filho. É o único filho que eu tinha e foi tirado de mim, um cidadão de bem. Eu acho que minha dor melhoraria um pouco se pelo menos alguém (dos que atiraram) fosse preso, se Justiça fosse feita. Eu sei que nada vai acontecer, trazer ele de volta, mas eu poderia ficar mais tranquila ao saber que os indivíduos estariam atrás das grades", descreve dona Adriana.
Iarley tinha Adriana e Adriana tinha o Iarley, um apoiava o outro. "Ele tinha um desejo grande de ser jogador de futebol, pois sabia que desde novinho eu criava ele sozinha. Ele dizia - Mãe, vou me tornar um grande jogador profissional, vou lhe ajudar, você não vai mais precisar trabalhar, não vai mais faltar nada para a gente, pois vou lutar para nós dois", diz a mãe.
Iarley morreu uma semana antes de começar a treinar no Sub-15 do Fortaleza e estava feliz com a oportunidade. Ele também se preparava para fazer a crisma em uma igreja católica. "Meu filho era tudo na minha vida, meu amor, meu presente de Deus. Tudo que eu posso dizer para você é que meu filho era um cidadão", ressalta.
No dia do crime o adolescente ia jogar futebol e a mãe saiu de casa para trabalhar. "Antes de sair para trabalhar falei com ele, abencoei ele", descreve.
Ao chegar para começar a função foi interrompida por uma ligação, que pedia que voltasse com urgência para casa. Somente ao chegar em casa dona Adriana soube que o filho havia sido baleado. Ao chegar no hospital foi informada que o menino não resistiu.
O POVO procurou à Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) por meio de nota, que informou, por meio da Polícia Civil, que segue com as oitivas e diligências para elucidar o crime que vitimou o adolescente. "Mais detalhes sobre o caso serão repassados em momento oportuno para não comprometer as investigações", informa.
Nesta quarta-feira, 14, a Polícia Civil do Ceará enviou uma atualização sobre o caso informando que duas pessoas foram indiciadas suspeitas de envolvimento na morte do garoto de 15 anos. A investigação apontou a participação de um adolescente de 17 anos e de um adulto de 30 anos. A Polícia Civil aguarda análise do judiciário para apreender o adolescente.
Com o avanço das investigações a Polícia prendeu um homem por envolvimento em outro crime. Ele foi indiciado. "As investigações continuam com a finalidade de identificar e prender os envolvidos no crime.
O crime não foi elucidado e a Polícia atua para descobrir a motivação do crime.
Atualizada às 16h29min de 16 de agosto de 2024