Maracanaú: adolescente morto era filho único e sonhava em ser jogador de futebol

Escola onde o garoto estudava faz ato de mobilização pela paz nessa sexta-feira, 17, e articula homenagens ao jovem

Moradores do bairro Vila da Paz, em Maracanaú, vivem o luto pela morte de Iarley Félix, adolescente de 15 anos assassinado no início desta semana. Escola onde o garoto estudava prepara uma caminhada pela paz nesta sexta-feira, 17, e homenagens ao jovem. Filho único, ele é lembrado pela alegria e pelo amor ao futebol, onde já traçava um futuro e buscava se profissionalizar para sustentar a família. 

O crime aconteceu na última terça-feira, 14. Segundo parentes do adolescente, o garoto havia saído de casa para comprar um lanche quando um veículo se aproximou e indivíduos dispararam tiros contra ele. O jovem chegou a ser socorrido por populares, mas não resistiu.

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De acordo com Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), o caso está a cargo do Núcleo de Homicídio e Proteção à Pessoa (NHPP), da Delegacia Metropolitana de Maracanaú. Pasta não divulgou mais detalhes sobre o caso, mas familiares apontam que Félix teria sido morto por engano. 

O homicídio ocorre cerca de duas semanas após uma ocorrência também envolvendo veículo ser registrada no bairro Carlito Pamplona, no último sábado, 11. Na ocasião, uma dupla em uma motocicleta efetuou disparos contra um estabelecimento, sem sequer parar ou descer do automóvel. Duas pessoas ficaram feridas. 

Escola prepara manifestação e homenagens para o adolescente

A morte do garoto, que entrou para as estatísticas de jovens assassinados no Estado, chocou moradores do bairro Vila da Paz — pela forma precoce e violenta como ocorreu. Na escola José Milton de Vasconcelos, onde ele estudava, uma manifestação por pedido de paz ocorre na manhã desta sexta-feira, 17.

Concentração começou em frente à unidade de ensino e populares vestem branco ou preto, representando também o luto no qual estão vivendo. Daniele Barbosa, uma das professoras que participa da divulgação do movimento, conta que Iarley era um "menino maravilhoso em todos os aspectos".

"Era um menino educado, uma menino respeitador, sempre muito ativo dentro da sala de aula, muito participativo, dinâmico. Nós professores ainda estamos em choque, ainda estamos entrando nos eixos para poder organizar os eventos que ainda tem na escola neste ano, mas agora estamos com o pensamento de homenageá-lo em todos os segmentos que tivermos neste restinho de ano", conta. 

Ainda de acordo com a educadora, os alunos estão "extremamente abalados": "(Os colegas estão em) estado de choque, porque era uma turma que já vinha do fundamental de outra escola (...) É um laço já muito antigo, e ele era muito brincalhão, muito divertido. Respeitosamente sempre nos fez rir, mexia com todo mundo, mas de uma forma muito respeitosa. (...) Todos nós estamos extremamente abalados porque ele era muita luz, a gente sentia a luz dele, ele brilhava", completa ainda a profissional.

Daniele, que é professora diretora da turma do jovem, conta ainda que ele era apaixonado por futebol e tinha um futuro promissor na área. De acordo com Cecília Renata, educadora que ensinava Química para o adolescente, o jovem estava "radiante para a chegada do interclasse". 

"O Iarley era um garoto cheio de sonhos, alegre, brincalhão, respeitoso. Um bom amigo, bom filho, bom aluno (...) Toda quinta feira ele falava que estava com fome. Porque a aula terminava 12h20min, e ele sempre ia correndo na padaria em frente comprar um salgado, e eu ia almoçar e sempre brincávamos", conta ainda. 

O sonho de ser jogador era algo que já estava se materilizando na vida do adolescente. De acordo com o tio dele, Daniel Ferreira, o garoto vivia de forma dedicada à escola e aos treinos de futebol.

"Meu sobrinho era um jovem de 15 anos que sonhava em ser jogador profissional, com a ajuda da mãe dele, esse sonho já estava mais que encaminhado, já estava fazendo aquelas seletivas para entrar e tudo mais. Ele estudava pela manhã, à tarde ficava em casa com a mãe e no finalzinho da tarde ia treinar (...) Ele falava sempre pra mãe dele, que quando fosse um jogador profissional e estivesse ganhando bem iria sustentá-la pra ela não precisar mais trabalhar", conta. 

Momento profissional, interrompido precocemente, era registrado no Instagram do jovem. Em um dos vídeos publicados em seu perfil, ele aparece correndo pelo gramado do campo. Na legenda, a frase: "Tenha fé, você vai chegar lá".

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