Associação Caatinga realiza trabalho de reflorestamento em fazenda de Maracanaú

Além da fazenda, outras três áreas de preservação ambiental serão beneficiadas com a ação de reflorestamento da Associação Caatinga

A Associação Caatinga, como forma de preservar a biodiversidade de Maracanaú, na Região Metropolitana de Fortaleza, realiza ação de reflorestamento na Fazenda Raposa, uma Área de Relevante Interesse Ecológico (Arie).

A área tem 136 hectares de extensão, o que vale a 136 mil metros quadrados (m²). Além da fazenda, o reflorestamento beneficia outras três áreas de proteção ambiental.

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Ação alerta sobre a necessidade da proteção da fauna e da flora brasileira e faz alusão ao dia 22 de maio, instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) como o Dia Internacional da Biodiversidade.

O professor da pós-graduação em Ecologia e Recursos Naturais da Universidade Federal do Ceará (UFC), Rafael Costa, explica que a biodiversidade são as variações da vida em suas várias manifestações, incluindo variações genéticas dentro de uma mesma espécie, variações de espécies em ecossistemas diferentes até diferentes tipos de ecossistemas dentro de uma região.

“A biodiversidade possui várias dimensões de valor. Algumas materiais, outras imateriais. Por exemplo, quando sentimos bem-estar ao fazer um passeio em uma floresta, isso não pode ser medido, é imaterial, mas é algo que valorizamos. Por outro lado, as dimensões materiais podem ser medidas e estão relacionadas a bens e serviços naturais essenciais para a manutenção da nossa sociedade, como a purificação natural da água, a polinização para a produção de frutos ou o controle climático”, pontua.

Mundialmente, o Brasil é o país com a maior biodiversidade, com mais de 100 mil espécies de animais e 43 mil espécies de vegetais cientificamente conhecidas.

Porém, é crescente o risco de extinção de algumas espécies e a extinção de outras. Rafael ressalta que o ritmo desse processo de desaparecimento é preocupante.

“A taxa de perda de biodiversidade só encontra precedentes na história da Terra em momentos em que houve grandes cataclismos, como queda de meteoros ou eventos de vulcanismo planetário generalizado”, explica.

Segundo ele, são necessários mais esforços para evitar a extinção das espécies.

“Embora nos últimos 50 anos tenha havido uma grande sensibilização da sociedade, um debate público sobre a necessidade de se conservar a biodiversidade e o surgimento de legislação e políticas públicas de proteção da natureza, isso não tem sido suficiente para diminuir a crise da biodiversidade”, critica.

Associação Caatinga: reflorestar para preservar

A iniciativa da Associação Caatinga na Fazenda Raposa, em Maracanaú, teve início em março do ano passado com o intuito de revitalizar áreas destruídas, expandir a retenção e reserva de carbono e conservar a biodiversidade local. Dentre os benefícios, estão a proteção das coleções de diferentes espécies de carnaúbas no local.

Ao total, desde o começo do projeto, 18.750 mudas nativas da Caatinga foram plantadas, o que equivale a 30 hectares restaurados. Além disso, o projeto possibilitou a construção de um viveiro para produção de mudas nativas, a implantação de aceiros e cercas e a capacitação de brigadas contra incêndios florestais.

O coordenador de relações institucionais da Associação Caatinga, Sandino Moreira, diz que as ações de reflorestamento induzem o aparecimento de árvores de grande porte que naturalmente demorariam mais para crescer.

“O reflorestamento fortalece uma série de serviços ecossistêmicos que já existiam, mas passam a ser fortalecidos, como a proteção do solo, escoamento evitado de água, bem-estar climático, abrigo de fauna, uma série de serviços ecossistêmicos que nós precisamos”, pontua.

Ele ressalta ainda que além do benefício ambiental imediato, por a Fazenda Raposa ser uma das área verdes mais importantes de Maracanaú, ela tem relevância científica e histórica, pois provavelmente ela carrega um dos últimos projetos paisagísticos do arquiteto brasileiro Roberto Burle Marx.

Associação Caatinga: unidades de conservação no Ceará são beneficiadas com reflorestamento

O projeto beneficiará não só a Fazenda Raposa, mas também outras três unidades de conservação vizinhas, que são a Área de Proteção Ambiental do Rio Maranguapinho, o Parque Estadual do Cocó e a Área de Proteção Ambiental da Serra da Aratanha.

Cordenador de relações institucionais da Associação Caatinga, Sandino Moreira diz que existe o interesse de expandir essas ações de reflorestamento para outros locais.

“Hoje não só a Fazenda Raposa está passando por replantio, ele está se expandindo para Área de Proteção Ambiental - APA do Rio Maranguapinho. O Rio Maranguape também já recebeu uma quantidade importante de mudas nativas da caatinga pra essa vegetação de mata ciliar que nós estamos recuperando, e a Associação Caatinga tem outros projetos também de reflorestamento”, frisa.

O projeto tem o apoio da Coca-Cola Foundation e da Solar Coca-Cola, além da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, da Prefeitura de Maracanaú, da Universidade Federal do Ceará (UFC), Durametal, COBAP e White Martins.

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