PM morto na Ceasa era ameaçado por facção que atua na Pajuçara, em Maracanaú

Três homens presos são investigados pelo crime. Soldado Francisco Wellington Sousa Ramos já havia sido acusado de envolvimento com chefe de facção, além de atuar com agiotagem

O soldado Francisco Wellington Sousa Ramos, de 35 anos, morto a tiros na madrugada dessa quinta-feira, 18, estava sendo ameaçado de morte por uma facção criminosa que atua no bairro Pajuçara, em Maracanaú (Região Metropolitana de Fortaleza). A informação consta na investigação da Polícia Civil do caso.

W. Ramos, como era conhecido, foi morto com 14 disparos de pistola calibre .40 na Central de Abastecimento do Ceará (Ceasa), também em Maracanaú. Ele foi executado por pessoas que trajavam roupas de uma empresa de fornecimento de energia.

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Três homens presos horas após o crime portando armas de fogo são investigados pelo crime. Antonio Ramon Soares Costa, Bernardo Fabricio Santana dos Santos e Patrício Pereira Brilhante foram presos durante abordagem de rotina na CE-257, altura do quilômetro 135, na cidade de Canindé, a 116 quilômetros de Maracanaú. Até o momento, eles foram autuados apenas pelo porte ilegal de arma de fogo.

Com eles, foi encontrada uma pistola calibre 9MM, com dois carregadores e 20 munições. Conforme depoimento dos policiais que efetuaram a prisão, o trio é integrante da facção criminosa Comando Vermelho (CV). Os três negaram envolvimento com o homicídio do soldado. Em seu depoimento, Patrício disse que o trio praticava roubos em conjunto e que, inclusive, se deslocavam para praticar os crimes.

Os suspeitos não permitiram que a Polícia tivesse acesso ao conteúdo de seus celulares, mas o sigilo telemático deles foi quebrado durante audiência de custódia realizada nesta sexta-feira, 19, pelo 3º Núcleo Regional de Custódia e de Inquérito, de Quixadá (Sertão Central).

O juiz Welithon Alves de Mesquita também decretou a prisão preventiva do trio. A autoridade policial chegou a arbitrar pagamento de fiança para os suspeitos, mas o juiz entendeu que “medidas cautelares diversas da prisão neste momento processual, mostram-se insuficientes e inadequadas aos acusados, posto todo o histórico de reiteração delitiva”.

Patrício e Antônio Ramon “ostentam intenso histórico delitivo”, afirmou o juiz na decisão, registrando que eles têm antecedentes criminais por crimes do sistema nacional de armas, roubo circunstanciado (“inclusive com sentença penal condenatória”), além de furto. Já Bernardo não tinha passagens pela Polícia.

PM havia sido denunciado por envolvimento com chefe de facção

O soldado W. Ramos era réu em uma ação penal que apurava a ação da organização criminosa Guardiões do Estado (GDE) na região da cidade de Pacatuba, também na Região Metropolitana de Fortaleza. Extração de dados de um celular apreendido pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) mostra que o militar tinha "contato direto" com um homem apontado como liderança da facção, Felipe Barros Costa, conhecido como Carne.

Conforme denúncia do Ministério Público Estadual (MPCE), recebida pela Justiça no começo deste ano, entre as conversas que os dois tiveram está uma de agosto de 2021 em que Wellington diz que toda a sua equipe estava sendo investigada pela Coordenadoria de Inteligência (Coin) e, por isso, Felipe teria que conversar com ele através de outro número.

Durante cumprimento de mandado de busca e apreensão, foram encontrados na casa do soldado “diversos cadernos contendo anotações de valores monetários referente à prática de agiotagem”, diz a denúncia. Em depoimento, Wellington confessou que trabalhava “com dinheiro a juros e outras coisas aí”, mas negou envolvimento com a GDE, afirmando que Felipe era apenas um “informante” seu.

Wellington respondia a um procedimento disciplinar pela acusação e, atualmente, era lotado no Batalhão de Policiamento Turístico (BPTur).

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Segurança Pública Ceará Homicídio PM Maracanaú

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