"Jogo do Tigrinho": influenciadores presos usavam contas falsas para atrair usuários
Três influenciadores foram presos em Juazeiro do Norte, no Ceará, e outros três foram detidos em MG, BA e MA. Conforme a Polícia, eles utilizavam contas "demo" ou "teste" para fazer publicações sobre ganhos fictícios
Os seis influenciadores digitais presos em operação da Polícia Civil do Ceará (PC-CE) na manhã desta quinta-feira, 20, em Juazeiro do Norte, no Cariri cearense, e nos estados de Minas Gerais, Bahia e Maranhão, utilizavam contas falsas para atrair novos usuários para o ‘Jogo do Tigrinho’.
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A investigação revelou que, além da divulgação da plataforma ilegal, um dos métodos fraudulentos envolvia o uso de contas ‘demo’ ou ‘teste’, que exibiam ganhos fictícios. Essa estratégia tinha como objetivo fazer com que as pessoas acreditassem que era possível ganhar dinheiro com o jogo, o que, na realidade, não acontecia
Conforme o delegado Geovane Moraes, a demonstração feita pelos influenciadores incentiva novos usuários a se cadastrarem nas plataformas do jogo ilegal.
“A publicação desses ganhos fictícios nas redes sociais era para que novos usuários fizessem cadastros nas plataformas e sofressem prejuízo. O prejuízo das vítimas era o lucro dos investigados”, afirma.
Como funcionava atuação de influenciadores
A Polícia Civil do Ceará informou que os alvos teriam sido cooptados por chineses para divulgação de suas plataformas. Os três influenciadores presos em Juazeiro do Norte foram identificados como Milena Peixoto, com 207 mil seguidores; Victória Oliveira, com 153 mil seguidores, e Janisson Moura; com 21,1 mil seguidores.
Ainda conforme as investigações, além de utilizarem conta teste para iludir os seguidores, os investigados faziam parte de uma rede formada por influenciadores digitais que negociava diretamente com os chefes e os gerentes das plataformas, fazendo a indicação de outros influenciadores para a divulgação do jogo de azar.
De acordo com as investigações, os influenciadores eram remunerados de diversas formas, entre elas pelo pagamento por simples colaboração (postagem sobre a plataforma), pela quantidade de novos usuários cadastrados e também por comissões com base no volume de apostas (valores depositados pelas vítimas).
Esse esquema teria movimentado grandes quantias de dinheiro ao longo dos últimos três anos.
Investigação começou em maior de 2023
A investigação da PC-CE contra a divulgação de plataformas de cassinos online não permitidas no Brasil teve início em maio de 2023, tendo como alvo influenciadores digitais que divulgavam o jogo, principalmente através do Instagram, onde possuíam um grande número de seguidores.
“Foi dado início às investigações e, na época, se representou por algumas medidas cautelares que proporcionaram que a gente aprofundasse as investigações e verificasse que o crime não se limitava à divulgação da plataforma, mas eram utilizados meios fraudulentos”, afirma Moraes.
Os influenciadores presos são suspeitos dos crimes estelionato, lavagem de dinheiro e crime contra a economia popular. A operação intitulada como ‘Gize’ foi conduzida pela Polícia Civil do Ceará (PC-CE), por meio dos Núcleos Avançados de Inteligência (NAI) da Delegacia Regional de Juazeiro do Norte.
Além das prisões, foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão, resultando na apreensão de sete carros de luxo: um VW Nivus, três Jeep Compass, dois Corollas e um Toyota SW4 Diamond.
Também foram bloqueadas as contas bancárias dos suspeitos. Os envolvidos foram conduzidos às unidades policiais, e as decisões judiciais foram devidamente cumpridas.
O POVO procurou as assessorias de imprensa dos três influenciadores presos em Juazeiro do Norte na manhã desta quinta-feira, 20, por meio de mensagens no WhatsApp e ligações telefônicas. A matéria será atualizada quando houver resposta. Ainda não foram identificados os outros três suspeitos.
Com informações do repórter Petrick Elon, da rádio CBN Cariri