Buraco Azul em Juazeiro do Norte é impróprio para banho

A Autarquia de Meio Ambiente de Juazeiro do Norte (Amaju) encontrou publicações nas redes sociais divulgando o local como se fosse um ponto turístico. No entanto, águas são contaminadas por metais pesados

10:49 | Mar. 17, 2023

Por: Gabriel Damasceno
Buraco Azul, em Juazeiro do Norte, é impróprio para banho; águas são contaminadas por metais pesados (foto: Reprodução/Redes Sociais)

O Buraco Azul localizado em Juazeiro do Norte se tornou popular nas redes sociais por conta da aparência paradisíaca. O local, no entanto, é uma mina em processo de desativação, e as águas são impróprias para banho pois são contaminadas por metais pesados.

De acordo com Eraldo Oliveira, superintendente da Autarquia de Meio Ambiente de Juazeiro do Norte (Amaju), o órgão encontrou publicações nas redes sociais divulgando o Buraco Azul como se fosse um ponto turístico.

“Na verdade, aquilo é uma exploração mineral, é uma mina que está em desativação. Aquela imagem da água azul esverdeada nada mais é do que exploração de minérios, é uma reação química.”

 

O superintendente ainda explica que a cor esverdeada das águas é provocada por reações químicas entre a água da chuva, as rochas, a luminosidade e os metais pesados. “Não é uma água própria para banho e, tampouco, potável”, diz Eraldo, que também ressalta que o local oferece riscos de desmoronamento.

“Além do mais, doenças graves poderão emergir, de agressão ao tecido do fígado, como também do pâncreas. Nós já solicitamos a presença das autoridades, convocamos os proprietários e os responsáveis”, completa.

Nessa quinta-feira, 16, a família que é herdeira da propriedade registrou um Boletim de Ocorrência (B.O) relatando que pessoas invadiram o local para tomar banho e beber. “É necessário que as pessoas entendam que não podem participar, e as instituições de turismo não devem fomentar esse sentimento de lazer e recreação naquela área”, ressalta Eraldo.

A empresa responsável pela mina, segundo o superintendente, alugava a propriedade da família herdeira. A Amaju registrou um Relatório Técnico de acompanhamento e monitoramento ambiental (Retama) ainda nessa quinta, 16, exigindo que a empresa realize o fechamento do local com um portão e fechadura e instale placas que indiquem os riscos.