Por que a Chapada do Araripe é alvo de contrabando internacional de fósseis?

O procurador da república federal em Juazeiro do Norte, Dr. Rafael Rayol falou à rádio CBN Cariri sobre o problema

15:38 | Jan. 13, 2022

Por: Danrley Pascoal
Seminário Chapada do Araripe abre inscrições para quinta edição (foto: Geopark Araripe/Reprodução)

A Chapada do Araripe é um grande pólo de contrabando internacional de fósseis. Pessoas de outros estados brasileiros e até mesmo de países como França e Alemanha exploram as inúmeras espécies da reserva. As cidades de Nova Olinda e Santana do Cariri são os alvos preferidos dos contrabandistas, e a Europa é o principal destino desses desses objetos históricos. É o que explica o procurador da república federal em Juazeiro do Norte, Dr. Rafael Rayol, que falou à rádio CBN Cariri sobre o problema na manhã desta quinta-feira, 13.

O procurador diz que a falta de fiscalização contribui para o estímulo do contrabando, e outro problema relatado por ele é a ausência de barreiras na comercialização de fósseis. “Não tem fiscalizaçao suficiente nos últimos anos. Agora a falta de uma consciência, digamos por parte do governo estadual, para realizar ações mais repressivas para combater esse tipo de crime também tem contribuído”, disse em entrevista à jornalista Nildênia Damasceno.

O prejuízo do tráfico desse tipo de material é imensurável, é uma perda enorme para a ciência nacional. O conhecimento, o trabalho de estudar, de desenvolver, de descobrir uma nova espécie é gerado e criado no exterior.

Rafael Rayol destaca que a falta de uma consciência sobre a importância da preservação do fóssil é mais um problema social do que de legislação. O contrabando das peças arqueológicas resulta em vendas que às vezes chegam a centenas de milhares de dólares.

“É um material encontrado com facilidade, com alguma frequência e que tem um mercado ilícito, criminoso. Mas de interesse especialmente para exportação. São diversas peças comercializadas de forma ilegal, desde repteis ou plantas fosfolizadas”, explica.

Apesar da pouca fiscalização, de acordo com o procurador existe um alto número de apreensões e flagrantes. As investigações e as operações ocorrem de forma ostensiva. Por isso, é recomendado à população que, caso encontre algum tipo de fóssil, comunique às autoridades ou faça a entrega nos órgãos de segurança: Ministério Público local, Ministério Público Federal, ou Polícia Federal, Civil e Militar.

“Tem que procurar as autoridades federais competentes para informar que encontrou determinada peça ou que sabe que em determinado local estão comercializando clandestinamente”, pede o procurador da república federal em Juazeiro do Norte.