Com salários atrasados, médicos paralisam atividades em Juazeiro do Norte

Profissionais alegam que estão há três meses se receber seus pagamentos

00:00 | Abr. 08, 2021

Por: Luciano Cesário
Plataforma IntegraSus indica redução de caos de contaminação do novo coronavírus na região, mas Secretaria da Saúde informa alta taxa de positividade de exames para detecção do vírus (foto: Anderson Duarte)

Os médicos que prestam serviço no Hospital e Maternidade São Lucas, em Juazeiro do Norte, paralisaram as atividades parcialmente nesta quarta-feira, 7, alegando atraso salarial de três meses. A categoria afirma, por meio de nota, que não recebe remuneração desde janeiro e destaca que a empresa terceirizada responsável pela administração do Hospital até fevereiro deste ano, a Aceni, ainda não deu previsão de quando os pagamentos serão efetuados. “Os profissionais estão deixando suas casas há 3 meses sem ter qualquer garantia ou perspectiva de recebimento”, diz o texto.

Com a suspensão parcial dos atendimentos, apenas os casos classificados como urgência e emergência estão recebendo assistência médica na unidade. Na nota, os profissionais reiteram que o serviço somente será normalizado quando os salários referentes a janeiro e fevereiro forem depositados em suas contas bancárias.

A advogada que representa o grupo, Lívia Siebra, afirma que a Secretaria de Saúde do Município já havia sido alertada sobre a possibilidade de interrupção dos atendimentos por conta dos atrasos salariais. “A notificação sobre a paralisação do serviço foi entregue à secretaria e consignada em audiência extrajudicial com a presença do Ministério Público”, pondera.

Ainda conforme a advogada, os médicos da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Bairro Limoeiro também devem aderir à paralisação a partir desta quinta-feira, 8.

Tanto o Hospital São Lucas como a UPA são administrados atualmente pelo Instituto Diva Alves Brasil (IDAB), que assumiu a gestão dos equipamentos no dia 1º de março, após a saída da Aceni, da qual os médicos cobram os salários atrasados. A empresa foi procurada pelo O POVO, mas não enviou esclarecimentos até a conclusão desta matéria.

Já a Secretaria de Saúde de Juazeiro, por meio de nota, diz que “não existe respaldo legal para a paralisação” e culpa a Aceni pelos atrasos salariais. A pasta ainda afirma que irá dialogar com o Ministério Público e representantes da categoria para buscar um entendimento e evitar que a interrupção parcial do serviço prejudique os usuários dos equipamentos de saúde do Município.