"Eles vão andando e batendo no meu filho", diz pai de turista morto em Jericoacoara

Danilo Martins receberá o corpo do filho de 16 anos um dia antes da véspera de Natal. Traslado foi viabilizado com ajuda financeira de amigos. Os dois faziam a primeira viagem para fora de São Paulo

09:55 | Dez. 21, 2024

Por: Jéssika Sisnando
Vídeo mostra grupo agredindo Henrique (foto: reprodução)

Danilo Martins de Jesus, pai do adolescente Henrique Marques de Jesus, de 16 anos, morto após desaparecer em Jericoacoara, no Ceará, no último dia 17 de dezembro, apontou que o filho foi agredido e arrastado nas imagens do vídeo de câmeras de vigilância no município de Jijoca de Jericoacoara, no Ceará. 

LEIA TAMBÉM | Polícia diz já ter identificado suspeitos da morte de turista em Jericoacoara

Conforme o pai, algumas pessoas passam pelo local e presenciam as agressões, mas não fazem nada por medo. "Eles vão andando e batendo no meu filho", descreve a cena.

O pai receberá o corpo de Henrique um dia antes da véspera de Natal para os ritos de velório e sepultamento no município de Bertioga, na Baixada Santista. O translado do corpo do Ceará até a cidade do litoral paulista só foi possível a partir de uma vaquinha custeada por amigos do adolescente.

Era a primeira viagem de pai e filho para fora de São Paulo. 

Pai notificou desaparecimento ao chegar em pausada de Jeri

Em entrevista ao O POVO, o pai destaca que existe um grupo que fica nas proximidades da viela onde seu filho foi capturado e que o tráfico de drogas ilícitas acontece em via pública como uma feira ao ar livre.

Ele aponta que as pessoas da vila temem o grupo e não denunciam por temer represália.  

Pai e filho estavam em Jeri desde o dia 10 de dezembro e haviam antecipado o voo para voltar a São Paulo por motivo de trabalho. O pai ficou no centro de Jericoacoara e o filho voltou para a pousada.

Ao chegar no local de hospedagem posteriormente, Danilo identificou que Henrique não havia chegado. Após as buscas, o adolescente foi encontrado morto. 

O genitor acredita que o filho foi morto por ter sido fotografado fazendo gestos que, para os criminosos, pertenciam à facção rival que atua na vila.

No entanto, ele destaca que o garoto não possuía qualquer envolvimento com a criminalidade e que, na terra natal, em São Paulo, não há qualquer represália em relações a gestos ou sinais; por isso, fazem diversos gestos e sinais nas fotografias.