Morte de turista em Jericoacoara: viagem era a primeira de pai e filho juntos

O traslado do corpo acontece na segunda-feira, 23, assim como o velório e o sepultamento de Henrique Marques de Jesus, de 16 anos

Danilo Jesus, pai do adolescente Henrique Marques de Jesus, de 16 anos, encontrado morto após ser arrebatado em Jericoacoara, relata que era a primeira vez que ele e o filho viajavam para fora de São Paulo. O passeio parecia tranquilo até que Henrique desapareceu no trajeto de volta para a pousada e foi encontrado morto no dia seguinte, a terça-feira, 17.

O traslado do corpo do Ceará para São Paulo acontecerá na segunda-feira, 23, e os custos serão pagos por doações de amigos de Henrique.

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A principal suspeita é de que o crime seja de autoria de facções criminosas. De acordo com o pai, o adolescente teria feito gestos com as mãos e acabou sendo confundido com um integrante de facção rival àquela atuante no local.

O pai de Henrique explica que, em São Paulo, não há represálias de organizações criminosas que vinculem gestos com apologia à facção. No entanto, em Jericoacoara, o que era para ser uma pose comum para fotografia, tornou-se motivação para a morte. 

Danilo afirma que estava com o filho se divertindo na noite da segunda-feira, 16, e que no dia seguinte ambos embarcariam em um voo de volta para São Paulo. O garoto foi para a pousada onde estavam hospedados e o pai permaneceu se divertindo na noite de Jeri, no entanto, ao chegar no local de hospedagem, verificou que o filho não havia chegado.

A partir do desaparecimento, o pai começou a procurar o garoto, que foi encontrado morto. 

Um vídeo de câmeras de vigilância mostra Henrique sendo levado por um grupo de oito homens. "Nas imagens do vídeo eles estão puxando ele no meio da rua e de uma viela onde costumam ficar. Passam turistas e moradores e ficam com medo, não falam nada. O vídeo mostra eles arrastando meu filho e dando um mata-leão. Já na parte final eles vão andando e batendo no meu filho", destaca.

O pai denuncia que Jericoacoara possui uma "feira a céu aberto", onde traficantes vendem drogas anunciando nas ruas, sem qualquer preocupação. Ele aponta falhas na segurança de Jericoacoara e destaca que é um lugar de custos altos, mas que não oferece a segurança necessária. 

Após a morte do filho, o pai destaca ainda que a família é vítima de fake news que vinculam o garoto a organizações criminosas. Ele aponta que pessoas estão utilizando as redes sociais para divulgar fotografias insinuando que eram do seu filho, de forma mentirosa. De acordo com Danilo, isso seria uma tática dos próprios criminosos para tentar descredibilizar a vítima e fazer com que o caso caia no esquecimento. 

O pai reclama que houve falta de apoio por parte do Município e do estado do Ceará. Ele afirma que não houve qualquer contato das autoridades cearenses no sentido de manter a família informada. 

"Lá é um lugar turístico, mas não tem segurança de nada. Os criminosos ficam vendendo droga como se fosse feira. Olha a maconha, olha o lança, olha o ecstasy. Esse não é o primeiro caso de pessoa desaparecida. Meu principal objetivo é que a Justiça prenda os criminosos e acabe com essa situação, pois outras famílias podem ser vítimas novamente", informa. 

O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) investiga o caso e a Polícia afirma que identificou os suspeitos e trabalha com imagens das câmeras de vigilância.  

 

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