Investigação sobre morte de bebê em creche de Itaitinga deve ser concluída em até 60 dias
Estabelecimento é investigado devido a morte de um bebê de cinco meses que estava sob cuidados de profissionais do local; laudo concluiu que havia leite nas vias respiratórias da criançaA Delegacia de Itaitinga terá 60 dias para concluir a investigação acerca da morte do bebê José Raffael de Sousa Alves, ocorrida em junho deste ano, após a criança se engasgar com leite em uma creche de Itaitinga, município da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). O prazo foi estipulado pelo Ministério Público do Ceará, por meio da 2ª Promotoria de Justiça da cidade, que solicitou novas informações sobre o funcionamento do local.
Entre as informações requeridas pelo MPCE estão a regularidade do estabelecimento e a qualificação técnica de todos os funcionários, além dos alvarás de funcionamento, vigilância sanitária e do Corpo de Bombeiros Militar do Ceará (CBMCE). Também foram exigidos na ação movida pela Promotoria os contratos de trabalho dos profissionais da creche e comprovantes de suas qualificações técnicas.
É + que streaming. É arte, cultura e história.
À época da morte, a Secretaria de Saúde de Itaitinga informou que a criança, que tinha cinco meses, foi levada a um posto de saúde por duas funcionárias da creche particular
As mulheres chegaram em estado de desespero e, ao serem questionadas, informaram que o menino havia se engasgado com leite.
De acordo com a titular da pasta, Jaziane Siqueira, o bebê chegou ao local sem vida e foi submetido a manobras de reanimação, como a de Heimlitch modificada pediátrica e a ressuscitação cardiopulmonar (RCP), por 30 minutos, até a chegada do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
A equipe do Samu também tentou reanimar o bebê, mas não obteve sucesso. A morte de José foi confirmada no fim da tarde.
Um laudo da Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce) confirmou que ele morreu asfixiado após se engasgar com leite. Segundo a análise, o bebê tinha leite nas vias respiratórias, “causando grande reação inflamatória local”.
Segundo a madrinha da criança, que preferiu não se identificar, o caso tem gerado grande abalo na família, em especial aos pais. “Estão sem forças, não estão nem conseguindo dormir. Estamos indo devagarzinho (com os procedimentos policiais) para não magoá-los mais ainda", afirma.
O POVO segue tentanto contato com a unidade escolar que a criança frequentava. Também procurada, a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) informou que a delegacia responsável segue apurando as circunstâncias de uma morte suspeita, ocorrida no dia 3 de junho deste ano, e que o caso está sob segredo de Justiça.