Diretor da UPPOO II é um dos presos em operação que investiga tortura de presos
Quatro mandados de prisão preventiva foram expedidos contra policiais penais. Um dos ouvidos nega ter praticado o crimeO diretor da Unidade Prisional Professor Olavo Oliveira II (UPPOO II), localizada em Itaitinga (Região Metropolitana de Fortaleza), é um dos presos na operação deflagrada nesta segunda-feira, 17, para apurar denúncias de torturas contra presos.
O POVO apurou que trata-se de Pedro Paulo Sales da Mata. Já os outros três policiais penais investigados são Eduardo Caldeira Rodrigues, Daniel George Abreu Andrade e Thiago Philipe Mariano de Sousa. Contra eles, foram expedidos quatro mandados de prisão preventiva. Pedro Paulo e Daniel George prestaram depoimento nesta manhã, enquanto os outros dois não foram localizados.
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Conforme o advogado Ewerton Rodrigues da Silva, do Sindicato dos Policiais Penais do Ceará (Sindppen), que acompanhou o depoimento de Daniel George, ele nega as acusações. Daniel, inclusive, tinha uma oitiva sobre o caso marcada para hoje, que seria realizada de modo virtual.
Conforme o advogado, os policiais penais cumprem as determinações e os procedimentos elaborados pela Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), que, por sua vez, estão dentro dos parâmetros legais.
Ewerton diz que todas as denúncias devem ser averiguadas, mas ele considera que a prisão “talvez, tenha sido uma medida forte para a situação”. O advogado diz esperar que a audiência de custódia, prevista para ser realizada nessa terça-feira, 18, relaxe a prisão.
"Nós não tivemos processo integralmente", diz Ewerton. "Mas o que a gente pode falar é que os policiais penais são muito bem treinados e executam suas funções usando a força proporcional. Obviamente, dentro de uma cela, quando se tem um burburinho, um atrito entre presos, algum problema, eles usam, lógico, a medida da força proporcional. Nós não sabemos o que aconteceu, mas, certamente, essa situação de tortura, nós entendemos, pelo depoimento do policial penal, que não aconteceu e vamos provar no decorrer do processo”.
Além dos quatro mandados de prisão, cinco mandados de busca e apreensão foram cumpridos.
A investigação teve início com uma vistoria realizada em 22 de setembro último. Na ocasião, a Corregedoria de Presídios de Fortaleza, o Ministério Público Estadual (MPCE) e a Defensoria Pública constataram lesões corporais em presos de uma ala da Unidade.
O POVO apurou que, no final de agosto, uma denúncia anônima foi feita a ouvidorias de órgãos que atuam no sistema prisional do Estado, denunciando crimes como abuso de poder e torturas na UPPOO II. A partir desses relatos, ocorreu a vistoria.
Na ocasião, constatada as lesões, foi determinada a condução dos presos feridos para realização de exame de corpo de delito na Perícia Forense do Ceará (Pefoce). O caso tramita em segredo de justiça e, por isso, não foi informado quantos presos foram alvo dos supostos maus tratos.
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