Preso por feminicídio, detento escapa da CPPL-3 quando lavava viaturas
A vigilância penitenciária teria falhado, facilitando a fuga do homem no último sábado, 2 de outubroO detento José Alberto Pereira Alcântara fugiu da CPPL-3 (Casa de Privação Provisória de Liberdade 3), uma das unidades do Complexo Penitenciário de Itaitinga, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). O caso acontece na tarde do último sábado, 2.
O POVO apurou que o detento estaria no pátio da prisão, lavando viaturas da polícia, quando conseguiu fugir driblando a vigilância.
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A fuga teria sido por volta das 16h30min de sábado. Ele estava preso respondendo por feminicídio.
Segundo nota, a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) informa que o interno é classificado para atividades laborais na unidade CPPL3 e que "abusou da confiança e da oportunidade dada pelo Estado ao se evadir do local de trabalho na tarde deste sábado".
A pasta da SAP assegurou na nota que suas equipes estão tentando recapturar o detento.
Fugas em presídios no Ceará
O ápice da crise do sistema prisional cearense ocorreu em 2016, quando houve o registro frequente de fugas de detentos no Estado. Em julho daquele ano 128 presos escaparam de uma só vez do Instituto Penal Professor Olavo Oliveira II (IPPOO II). Além disso, em maio, uma série de rebeliões em diversos presídios deixou 14 mortos.
Desde a criação da Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), que completou dois anos no início de 2021, as fugas tiveram significativa queda no Estado. Sob gestão de Mauro Albuquerque, houve uma redução de 97,5% na quantidade de fugitivos.
Conforme dados da SAP obtidos pelo O POVO via Lei de Acesso à Informação (LAI), o número de escapes de presídios no Ceará em 2016 foi de 1.041 e, até o dia 23 de novembro de 2020, caiu para 26.
Em entrevista ao O POVO, o secretário Mauro Albuquerque disse que ações em várias frentes contribuíram para esse resultado. Ele destacou que a SAP possui “controle total" do sistema prisional, incluindo das lideranças ativas de facções criminosas.
O secretário ressaltou ainda a existência de equipes de inteligência para antecipar ações. “Para ter uma fuga, tem que ter uma quebra de procedimentos”, afirma.