Incêndio de mais de 7 mil hectares que atinge Icó há oito dias segue sendo combatido
Não há pessoas feridas. No entanto, animais silvestres foram encontrados mortos na mata incendiadaUm incêndio de grandes proporções atinge uma área de vegetação de Icó, no interior do Ceará, há oito dias. O Corpo de Bombeiros enviou especialistas em combate a incêndios florestais para o local. Segundo dados do Painel do Fogo, do Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), uma área de 7.776 hectares já foi atingida.
O fogo iniciou próximo a BR-116 no dia 28 de setembro. Desde então, equipes do Corpo de Bombeiros tentam conter as chamas. Constam nos dados do Censipam que o incêndio já chegou a ter 96 focos. Na última atualização, às 1h25min desta quinta-feira, 5, apenas dois focos foram registrados.
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De acordo com informações do Capitão Waldomiro Loreto, vegetação e relevo estariam dificultando as ações de combate: "Como a caantiga possui árvores com troncos mais espessos e capinzal dificulta mais a progressão do combate. Outra situação adversa também é que o relevo é irregular, são cadeias de serrotas com altitude média de 510 metros onde os militares sobem e abrem a vegetação".
"O combate atualmente está sendo feito com a técnica progressiva funcional com linha rotativa. Em resumo é uma separação de vegetação e contenção da linha de fogo e monitoramento para impedir o avanço na vegetação. O progressivo funcional é uma linha armada com 7 bombeiros cada onde abrem linhas de defesa com foices, enxadas e uso de varredor motosoprador para separação do capinado na linha", informa ainda o bombeiro.
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Segundo a chefe da Superintendência Municipal de Defesa do Meio Ambiente (Sudema) de Icó, Efigênia Mota, não há pessoas feridas. No entanto, há relatos de animais silvestres mortos pelo fogo. A prefeitura da Cidade instalou uma base para os bombeiros que trabalham no combate às chamas na localidade de Baixio da Roncadeira.
A superintendente afirma que uma aeronave dos bombeiros de Crateús também será utilizada na operação a partir desta quinta-feira. A possibilidade do incêndio ter começado devido a um crime ambiental não é descartada, conforme Efigênia.
Tendência de aumento de queimadas até dezembro
No segundo semestre do ano, especialmente a partir do mês de setembro, o número de queimadas e incêndios no Ceará tende a aumentar. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a média de focos de fogo registrada no Ceará em setembro é de 315, 1.050 em outubro, 1.835 em novembro e 1.522 em dezembro.
Apenas no primeiro dia de outubro, o Estado computou 111 focos de incêndio. Até o dia 4 de outubro, foram 224 focos.