Suspeitos do sequestro em Ibaretama fingiram ser policiais
A ação foi pensada como roubou mas acabou evoluindo para um sequestroO sequestro de um jovem no município de Ibaretama, distante 112 km de Fortaleza, foi desvendado pela Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE). Segundo as investigações, o grupo de criminosos abordou o pequeno comércio da família e fingiu ser policiais. O que começaria como um assalto, acabou virando o sequestro do jovem que fez aniversário um dia antes de ser arrebatado pelos suspeitos.
De acordo com o delegado adjunto da Divisão Antissequestro (DAS), Eduardo Tomé, a quadrilha primeiramente afirmou que gostaria de comprar combustível e, no fim da compra, cinco suspeitos saíram do carro armados e fingiram ser policiais, mesmo sem fardamento ou distintivo. O caso aconteceu na última segunda-feira, 17.
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Conforme as investigações, os suspeitos coagiram a família a ficar junta em um canto da casa, enquanto procuravam objetos para serem roubados. Após subtraírem uma quantia de cerca de R$ 300 e os aparelhos celulares, eles resolveram levar o jovem, José Maycon Silva Freitas, para se protegerem na fuga.
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"Infelizmente, aquela situação que começou como um roubo com restrição de liberdade evoluiu para uma extorsão mediante sequestro. Eles não soltaram o rapaz. No dia 18, a família começou a receber mensagens no WhatsApp praticando a extorsão", explica o delegado. A policia suspeita que o grupo resolveu aproveitar a situação imaginando conseguir mais dinheiro da família.
Foram acionados os serviços de inteligência e o celular que estava sendo usado para a extorsão foi identificado. Uma mulher envolvida na ação criminosa foi presa em flagrante. Raira Rodrigues Lima, de 19 anos, foi encontrada em uma residência no bairro Mal Cozinhado, em Horizonte, Região Metropolitana (RMF) e, segundo a polícia, seria namorada do mentor do crime. "Ela nega veementemente participação no crime. Prestou interrogatório, mas ela é muito contraditória. Não explica, por exemplo, o celular dela sendo usado para extorsão", pontua o delegado.
Outros quatro suspeitos são procurados, um deles já tem um mandato em aberto. Segundo o titular da Delegacia Regional de Quixadá, Icaro Coelho, seis pessoas estariam envolvidas no crime. "Existem diversas equipes em campo para capturar essas pessoas que já foram identificadas", ressaltou.
As diligências apontam que, mesmo com a prisão da suspeita, o grupo continuou a fazer contato com a família. Entretanto, já na quarta-feira, 19, o jovem foi liberado em uma estrada próximo de Pacajus, também na RMF, e andou até encontrar uma fábrica. Ele pediu ajuda a um caminhoneiro que acionou a polícia. O resgate obteve êxito sem que qualquer pagamento fosse realizado aos bandidos.
José Maycon contou aos policiais que não sofreu maus-tratos e foi bem alimentado. "Depois que ele foi arrebatado, circularam com ele no carro por cerca de três horas. Deixaram ele próximo a um açude numa região de mato sendo vigiado por dois homens. Ele permaneceu nesse cativeiro por mais ou menos 24 horas", disse o adjunto da DAS. O jovem foi levado para outro cativeiro em construção próximo a uma igreja e ficou lá até ser liberado.