Parlamentares que testemunharam execução de vereador Franzé do Hospital prestam depoimento à Polícia
Quatro vereadores estavam com Franzé do Hospital almoçando em uma churrascaria quando o parlamentar foi executado
21:50 | Ago. 05, 2022
Os parlamentares de oposição que estavam com o vereador Francisco José dos Santos, o Franzé do Hospital, no momento em que ele foi morto a tiros, prestaram depoimento à Polícia Civil. Os cinco políticos almoçavam em uma churrascaria em Horizonte, na Região Metropolitana de Fortaleza, nesta sexta-feira, 5, quando um homem armado invadiu o estabelecimento, mandou o grupo deitar no chão e executou Franzé com aproximadamente cinco tiros.
O vereador Renan do Posto Coluna era um dos políticos que estava com Franzé na churrascaria. Ele disse ao O POVO que prestou depoimento na delegacia e que, no momento, aguarda o esclarecimento do caso. Segundo ele, antes de ir à churrascaria, o grupo estava na Câmara Municipal de Horizonte e tinha uma reunião às 14 horas, mas haviam parado para almoçar.
O criminoso chegou com a arma em punho e foi direção à mesa deles, conforme o vereador Getúlio Vargas. O homem perguntou se havia alguém armado, atirou contra o vereador Franzé do Hospital e fugiu em uma motocicleta preta. O político afirma que quer Justiça em relação ao caso. Ele preferiu não comentar sobre os depoimentos prestados à PCCE.
"Nós estávamos em uma churrascaria tradicional em Horizonte. Eu e mais quatro vereadores. Pensei que era um assalto, ele anunciou e mandou a gente se deitar no chão, mas foi em direção ao vereador Franzé e deu um tiro, eu me levantei e sai correndo do local", disse o vereador Antônio Filho.
O relato dos vereadores é de que Antônio Filho também seria baleado, mas o executor teria ficado sem munição no momento da ação criminosa. Fialh, no entanto, não soube informar se seria alvo dos disparos, pois correu e não viu se o indivíduo atirou contra ele. "É uma perda lamentável para o município de Horizonte", comenta.
Franzé deixou esposa e filhos. O vereador tinha 44 anos de idade e era técnico de laboratório e raio X. O nome "Franzé do Hospital" se popularizou porque ele trabalhou em uma unidade de saúde. Ele é lembrado pelos colegas como um homem que lutava pela justiça social.
Tensão em Horizonte
A morte de Franzé acontece em um momento de tensão na política de Horizonte, pois havia uma disputa em torno da presidência da Câmara Municipal de Horizonte. Alguns dos vereadores relataram ao O POVO que acreditam que se tratou de um crime político, no entanto, não há informações oficiais sobre a motivação do crime.
Por meio de nota, a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) informou que foi designado reforço policial para Horizonte. Equipes da Polícia Civil, por meio do Departamento de Homicidios e Proteção à Pessoa (DHPP), da Delegacia Metropolitana de Horizonte, do Departamento de Inteligência (DIP) e da Coordenadoria de Inteligência da Secretaria da Segurança estão empenhados em elucidar o crime e identificar os criminosos, conforme a pasta.
A governadora do Estado do Ceará, Izolda Cela, solidarizou-se com a família de Franzé e afirmou que o crime não ficará impune. Ela afirmou que determinou ao secretário da Segurança Pública, Sandro Caron, que enviasse reforços ao município. A governadora descreveu o caso como inaceitável.
A Prefeitura de Horizonte publicou uma nota de pesar afirmando que suspendeu a agenda e expedientes municipais nesta tarde e que decretou luto oficial de três dias pela morte do vereador. "A Prefeitura Municipal de Horizonte não medirá esforços junto as autoridades policiais e judiciárias para acompanhar a apuração dos fatos e a identificação do autor do tão insidioso crime", afirma.
O prefeito de Horizonte, Nezinho Farias, usou as redes sociais para republicar a mensagem da governadora Izolda Cela e lançou nota de pesar. "É com profundo pesar que recebi a impactante notícia do assassinato do vereador Franzé do Hospital, na tarde desta sexta-feira, 5. Franzé deixa como legado relevantes serviços prestados ao nosso município", afirmou.