Rua de cidade cearense é cortada por córrego e tem até peixes
Fluxo de água contínuo atrapalha moradores nas ruas Joaquim Lemos e Av. José Genésio Palhano, em Horizonte
18:37 | Jun. 07, 2021
Nem mesmo o fim da quadra chuvosa no Ceará foi capaz de acabar com o fluxo de água que corre pela avenida José Genésio Palhano e deságua na rua Joaquim Lemos, no bairro Lagoinha, no município de Horizonte, na Região Metropolitana de Fortaleza. Com as vias desniveladas e castigadas pelas águas que cortam o local, a locomoção torna-se difícil na região. Até pequenos peixes podem ser vistos nadando nas vias.
Veja imagens do córrego que atravessa a via:
Dono de um mercadinho há sete anos na rua Joaquim Lemos, Francisco Airton Gomes, 38 anos, conta ter problemas para receber as mercadorias do seu negócio devido à má qualidade da via.
"Junta muita sujeira quando chove, teve ano aqui que já abriu uma vala que não passava nem bicicleta, não tinha o que fazer mesmo. Graças a Deus, esse ano não abriu. Até os caminhões de entrega não querem entrar aqui. Muitos fornecedores não querem deixar as mercadorias, só aparecem no verão, dizem que não tem como entrar aqui no inverno", relata o comerciante.
Morador antigo do bairro, Airton explica que, durante a quadra chuvosa, a situação piora, e relata que casas já foram invadidas pela água. Segundo o comerciante, os problemas aumentaram após o início das obras de um viaduto na BR-116, o equipamento fica a poucos metros das vias danificadas.
"Quando chove, alaga tudo, já derrubou o muro dos vizinhos e chegou a entrar água na casa das pessoas. Essa água veio mesmo depois que iniciaram as obras no viaduto. Parece que o que fizeram foi desviar as águas para o lado de cá. Depois das chuvas desse ano ficou pior, esse ano foi um exagero de água. Pra quem tem carro é uma dificuldade", explica.
Ana Lúcia, 32 anos, tentava enfrentar as ruas esburacadas com sua bicicleta. Diante de uma longa vala na Av. José Genésio Palhano, ela explica que medidas já foram adotadas pela Prefeitura, mas não surtiram efeito.
"A questão dessa água é antiga, eu moro aqui há 16 anos. Eles já mandaram uma máquina aqui e rasparam a lateral da rua, agora, quando a água vem é com muita força, parece uma cachoeira, ela sai rasgando tudo", conta Ana Lúcia.
A moradora pede para que seu apelo às autoridades seja ouvido, pois já não sabe a quem recorrer para solucionar o problema. "A gente clama para que a Prefeitura olhe para a Lagoinha, muita gente relata a mesma coisa. A gente sabe que na pandemia as coisas são mais difíceis. Mas o sentimento é que a Lagoinha ficou esquecida", desabafa.
Por meio da assessoria de imprensa, a Prefeitura de Horizonte informou que profissionais estão focados em reverter a situação do bairro Lagoinha. Segundo a Prefeitura, equipes estão realizando a pavimentação de diversas ruas na região.
Ainda segundo o informe, "nos próximos dias, a rua Joaquim Lemos, referente a essa matéria, irá receber serviços de terraplanagem, que resolverão o problema do alagamento". Por fim, os administradores públicos dizem compreender a ansiedade da população, mas informam que precisam aguardar o fim do período de chuvas para concluírem o trabalho.
No informe, a Prefeitura de Horizonte não respondeu o que vem causando a intensificação do fluxo de água na região, e nem a possível relação das obras do viaduto com o problema.
O pedreiro José Cláudio, 54, acredita que a Prefeitura cuidará do local com o fim da quadra chuvosa, mas não entende o porquê do problema ainda não ter sido resolvido após tantos anos.
"No inverno desse ano, pelo visto, não fizeram a drenagem e muitas casas inundaram de água. Acredito que a Prefeitura está esperando a água acabar, porque acho que não tem como mexer do jeito que está. Não entendo esses engenheiros que vem aqui, parece que nunca resolvem o problema. O dinheiro está lá, o dinheiro é do povo, e tem que ser gasto com a comunidade. Anos e anos passam aqui, fazem umas fotos e vão embora", reclama.