Guardas municipais do Eusébio são investigados por tiro que matou mulher na frente dos filhos

Caso aconteceu no último dia 18, no bairro Pedras, em Fortaleza; agentes já prestaram depoimento e entregaram armas

Três guardas municipais do Eusébio, distante 21,95 km de Fortaleza, estão sendo investigados pela morte de Flávia Maria Ferreira Sampaio Barros, 43, vítima de bala perdida enquanto estava dentro de um carro com o marido e os filhos. Caso aconteceu no último dia 18, no bairro Pedras, em Fortaleza.

Informação foi divulgada pela Guarda Civil Municipal do Eusébio (GCM), neste sábado, 26. Em nota, órgão destacou que agentes já prestaram depoimento para a polícia e pontuou que eles se mantiveram tranquilos, com o "firme posicionamento que não estão envolvidos na fatalidade ocorrida".

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Além disso, instituição também frisou que armas usadas pelos guardas foram entregues no dia 23 recente, através de ofício expedido pela Polícia Civil (PC-CE), para que sejam averiguadas e passem por perícia. 

"A informação que nós temos, é que o exame pericial não foi feito pois ainda não saiu o laudo informando qual o calibre da munição que vitimou a senhora Flávia, impossibilitando o início da perícia balística", frisa.

O dia 23 também foi a data em que a Secretaria de Segurança Pública do Eusébio teria tomado ciência sobre a investigação do caso.  "A corregedora da Guarda Municipal, no dia 24 de outubro, compareceu à Delegacia de Homicídio, buscando informações e cópia do Inquérito Policial, para dar início aos procedimentos internos legais para apuração do fato", diz GCM ainda. 

"A Guarda Civil Municipal lamenta profundamente o ocorrido e se solidariza com a família da vítima. Reafirmamos nosso compromisso com a transparência e a legalidade, estando totalmente disponível para colaborar com as investigações levadas a efeito pelos órgãos competentes'", completa. 

Também em nota, o órgão frisa que não há indício de que guardas sejam culpados e que eles "continuam em serviço até que ocorra uma mudança" sobre isso. Instituição destacou ainda que depoimentos prestados e entregas de armas "são atos básicos de uma investigação", e não afirmam culpabilidade.

Flávia foi atingida na cabeça

 

Flávia morava em Itaitinga, na Região Metropolitana (RMF), mas no momento do ocorrido voltava de carro com a família da casa da sua mãe, que fica localizada no bairro Vila União, em Fortaleza. 

O viúvo da vítima, Adriano da Silva Barros, 42, que dirigia o veículo, conta que a esposa vinha no banco do passageiro, com o filho de dois anos do casal no colo. A filha deles, de 20, estava no banco traseiro. 

De acordo com Adriano, em um trecho da BR-116 uma motocicleta com dois homens passou ao lado deles e logo em seguida ouviram o tiro. Quando olhou para trás, ele conta ter visto uma viatura da Guarda Municipal.

Nesse momento, um segundo disparo teria sido realizado, vindo da parte de trás e atingido a cabeça de Flávia. Adriano conta que chegou a pedir socorro para a viatura, mas não foi atendido. 

Quando a ambulância chegou no local a vítima já estava em óbito. Em nota encaminhada ao O POVO neste sábado, 26, a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS) informou que "indícios colhidos por equipes da Perícia Forense do Estado do Ceará (Pefoce) subsidiam os trabalhos policiais".

Ocorrência está sendo investigada pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que realiza "oitivas e diligências visando elucidar o caso". 

Leia nota na íntegra:

"A Guarda Civil Municipal de Eusébio, com respeito à ocorrência que vitimou a senhora Flávia, de 43 anos, na BR-116, na noite do dia 18, informa que, a partir dessas informações midiáticas, realizou levantamentos preliminares, e que nada há, até o momento, que indique o envolvimento de qualquer integrante ou equipe plantonista na noite do evento.

A Guarda Civil Municipal lamenta profundamente o ocorrido e se solidariza com a família da vítima. Reafirmamos nosso compromisso com a transparência e a legalidade, estando totalmente disponível para colaborar com as investigações levadas a efeito pelos órgãos competentes, caso seja necessário.

No depoimento dos três guardas que a polícia civil está investigando foi de tranquilidade e de um firme posicionamento que não estão envolvidos na fatalidade ocorrida.

As armas acauteladas pelos guardas foram entregues no dia 23, através de ofício expedido pela Polícia Civil, procedimento básico para averiguação e perícia do armamento, mas até o presente momento, a informação que nós temos, é que o exame pericial não foi feito pois ainda não saiu o laudo informando qual o calibre da munição que vitimou a senhora Flávia, impossibilitando o início da perícia balística.

A Secretaria de Segurança Publica do Eusébio tomou ciência sobre a investigação no dia 23 de outubro. A corregedora da Guarda Municipal, no dia 24 de outubro, compareceu a Delegacia de Homicídio, buscando informações e cópia do Inquérito Policial, para dar início aos procedimentos internos legais para apuração do fato.

Nesse diapasão, por as investigações ainda estarem no início, sem nenhum indício de culpabilidade e usando critérios técnicos e legais, os guardas continuam em serviço até que ocorra uma mudança sobre a culpa dos guardas investigados.

O quarto elemento é uma suposição do presidente do Inquérito Policial, supondo que uma outra pessoa estivesse dentro da Van da Guarda Municipal e que efetivou o disparo.

Não existe nenhuma imagem ou vídeo que identifique algum Guarda Municipal como autor dos disparos. O que foi identificado foi uma foto embaçada da Van da Guarda passando próximo ao local do incidente.

Os depoimentos dos Guardas Municipais e a requisição de entrega das armas são atos básicos de uma investigação, usado até para descartar algumas suposições e orientar a Polícia Civil em outras frentes de investigação, não necessariamente que tais requisições sejam afirmações de culpabilidade. São diligências básicas que orientam a direção das investigações".

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