Lixão do Crato é desativado após registrar o maior incêndio da história do município
No início de agosto, o lixão do Crato registrou uma ocorrência de incêndio. Os trabalhos para controlar o fogo e dissipar a fumaça duraram mais de uma semana
22:29 | Ago. 30, 2024
O lixão do município do Crato, distante 538 km de Fortaleza, foi desativado nesta sexta-feira, 30, após registros recorrentes de incêndios no local. Agora, com a suspensão do lixão, os resíduos poderão ser descartados em uma dispensa temporária localizada em Juazeiro do Norte, localizado a 507 km da capital do Ceará.
Em entrevista à rádio O POVO CBN Cariri, na manhã desta sexta-feira, 30, o procurador do município do Crato, Rennan Xenofonte, explicou que o edital de contratação de uma empresa que trabalhe com aterro sanitário foi publicado hoje.
“Nós vamos contratar um aterro sanitário que vai dar a destinação final para esse lixo e vamos começar a recuperar aquela área que foi degradada ao longo do tempo. A primeira contratação, de caráter emergencial, terá duração de 90 dias”, pontuou.
O prazo máximo para a contratação da empresa é de cinco anos.
A convocação, conforme Xenofonte, será custeada com recursos do município, ou seja, o valor da contratação não será repassada à população. Ele reforça que, o valor mensal do aterro temporário contratado pelo município é, aproximadamente, R$ 220 mil.
O município produz, diariamente, cerca de 70 a 80 toneladas de resíduos sólidos. Estes eram encaminhados, anteriormente, ao lixão municipal, contudo, o material está sendo descartado no aterro temporário.
Questionado se a contratação da empresa de resíduos implicaria na saída do Crato do Consórcio Para Gestão dos Resíduos Sólidos, Rennan mencionou que não e que “a integração do Crato com o consórcio vai baratear os custos do recebimento, triagem e destinação final dos resíduos sólidos”.
“Nós vamos ter uma integração com os outros municípios que formam o comares e todas as ações vão ser feitas de forma conjunta nos sentido de dar a destinação final ao lixo com um custo mais barato possível”, complementa.
O secretário do Meio Ambiente do Crato, George Borges, explicou que até o dia 3 de setembro será lançado o processo licitatório definitivo para a contratação pré-definitiva da empresa.
“A partir de então, o município, por meio da Secretaria do Meio Ambiente, vai começar a tomar as medidas para a requalificação da área, executando o Plano de Recuperação de Área Degradada”, esclareceu George ao O POVO.
Ele destacou, ainda, que o lixão recentemente desativado recebia o lixo coletado pelo Crato, mas, algumas empresas, de forma irregular, descartavam os resíduos no local.
“O novo aterro só vai receber o lixo que é coletado na cidade. As empresas que tenham domicílio no município precisam ter o Programa de Recuperação de Resíduos Sólidos para contratar o aterro particular. A obrigação do município é coleta residencial, da casa da população”, pontuou.
O Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) informou, por meio da 6ª Promotoria de Justiça de Crato, que aguarda resposta do município do Crato sobre o caso, tendo em vista que o prazo para manifestação da gestão municipal não expirou.
"Entre os dados solicitados estão a data de encerramento do "lixão", para onde os resíduos estão sendo encaminhados, quais medidas mitigadoras estão sendo adotadas em relação à poluição direta ocasionada no local e se já foi dado andamento a projeto/execução de Plano de Recuperação da Área Degradada (PRAD)", afirma o MPCE em nota.
Incêndio no lixão do Crato
No início de agosto, o lixão do Crato registrou uma ocorrência de incêndio. Os trabalhos para controlar o fogo e dissipar a fumaça duraram mais de uma semana.
À rádio O POVO CBN, a Prefeitura do Crato informou que a ocorrência registrada no começo do mês de agosto foi a maior registrada na localidade.
A pasta do Meio Ambiente alegou que a origem do fogo foi resultado de uma ação criminosa e revelou que investigações para identificar os autores da ação estão a cargo da Polícia Civil do município.
De acordo com o secretário de Meio Ambiente do Crato, George Borges, a presença de gás metano no local colabora para que o lixão registre, anualmente, focos de incêndio.
“Todo ano tinha sido de menores proporções, era fácil conter, mas na proporção que foi dessa vez não. Dessa vez, as chamas atingiram quase toda a área do lixão. Nesse período mais quente sempre ocorre, mas em focos pontuais, não geral como ocorreu esse ano”, compartilhou Borges.