Policiais civis são demitidos sob acusações de extorsão e tortura
Demissão da dupla foi publicada no Diário Oficial do Estado (DOE), na quinta-feira, 20Os inspetores da Polícia Civil, Anderson Soares Pimenta e Francisco Márcio Correia Cruz, foram demitidos sob acusações de extorsão e tortura, em crime cometido em 2010, quando atuavam na Delegacia Regional do Crato, no interior do Ceará. A demissão da dupla foi publicada no Diário Oficial do Estado (DOE), na quinta-feira, 20.
[SAIBAMAIS]Conforme investigação da Corregedoria da Secretaria de Segurança Pública do Ceará, os dois inspetores torturaram Cícero Edvan de Oliveira Lima, que já era investigado pela dupla por envolvimento em crimes de estelionato no Nordeste. Os policiais agiram desta forma, de acordo com os autos do processo, com o objetivo de exigir vantagem indevida.
Na ocasião, Cícero foi preso em um bar pelo inspetor Paulo Diorge Vieira de Andrade e o ex-policial militar Erasmo Gomes de Moraes. Os dois levaram Cícero, que tinha mandado de prisão em aberto, para a Delegacia Regional do Crato, após entrarem em contato com os inspetores Anderson Soares e Francisco Márcio.
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Cícero Edvan foi mantido sob custódia para ser realizado o flagrante da prisão por porte e uso de documento falso. Segundo publicado no DOE, os inspetores Anderson Soares e Francisco Márcio exigiram que Cícero entregasse quatro notebooks, sendo um dos aparelhos entregue ao dono de um bar para que ele repassasse ao ex-PM Erasmo.
“Considerando que, à toda prova, consoante o conjunto probatório assente aos autos, há elementos seguros que indicam a prática das condutas imputadas aos acusados IPC Francisco Márcio Correia Cruz e IPC Anderson Soares Pimenta, uma vez que estes constrangeram a vítima mediante intenso sofrimento psíquico, com graves ameaças, a fim de obterem vantagem indevida”, diz trecho publicado no DOE.
'Operação Terremoto'
Anderson Soares Pimenta e Francisco Márcio Correia Cruz foram presos na 'Operação Terremoto', deflagrada pela Corregedoria, com apoio da Polícia Federal (PF), em dezembro de 2010. A ação policial também prendeu o ex-PM Erasmo e o cabo da PM Ricardo Burgos. O grupo era investigado por extorquir proprietários de carros clonados.
Na ocasião, o delegado da Delegacia Regional de Juazeiro do Norte, Levi Gonçalves, acabou preso, mesmo não sendo o alvo principal da ação, por se apropriar indevidamente de um carro clonado. O veículo apreendido - um Honda Fit - que deveria ter ficado no pátio da delegacia, estava na casa do delegado. Ele foi exonerado do cargo.