Homem é condenado a 30 anos de prisão por matar a ex-esposa a facadas
Réu responderá por crimes de feminicídio e oposição à execução de ato legal; ele estava detido desde à época do assassinato, em 2021, na cidade de CrateúsO réu Jaime Rodrigues Teixeira, 37, foi condenado a 30 anos de prisão, em julgamento realizado nesta segunda-feira, 22, pelo assassinato da ex-esposa Nainny Oliveira, na época com 25 anos. O crime aconteceu em 2021, na cidade de Crateús, quando o homem assassinou a jovem com, pelo menos, 23 facadas. Ele estava preso desde então.
De acordo com a sentença proferida pelo juiz Welithon Alves de Mesquita, titular da 1ª Vara Criminal de Quixadá, o crime foi motivado por Jaime não aceitar o fim do relacionamento de 11 anos com Nadinny, que havia sido rompido há cerca de um mês.
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De acordo com os autos, há cinco dias sob efeito de álcool e tendo usado cocaína na noite anterior ao crime, o réu invadiu o local de trabalho da ex-esposa, exigiu que ela fosse o acompanhasse a um lugar reservado para conversarem e desferiu as facadas.
A partir da análise cadavérica, a Perícia concluiu que não foi possível contabilizar quantos golpes Nadinny sofreu. No entanto, havia pelo menos 23 lesões no corpo da vítima.
Ainda conforme os registros judiciais, Jaime também capotou o carro que dirigia antes de chegar ao local do crime e ameaçou a vida do irmão de Nadinny, que o flagrou enquanto cometia o crime.
O réu também teria ameaçado tirar a própria vida quando percebeu a chegada de policiais ao escritório onde Nadinny trabalhava. Ele teve dois anos de detenção acrescidos à pena, com base no artigo 329 do Código Penal Brasileiro.
A condenação de Jaime é um pedido da família da vítima. Durante esses mais de dois anos, os familiares fizeram mobilizações na Cidade e nas redes sociais em busca da conversão da prisão preventiva em definitiva.
A audiência estava marcada para o ano passado, na vara criminal de Crateús, onde o crime ocorreu, mas, devido a um pedido de desaforamento movido pela defesa do réu e acatado pelo Tribunal de Justiça do Estado do Ceará (TJCE), foi movido para Quixadá.
“Estamos esperando por justiça, para que sejam acatadas todas as qualificadoras, para que ele tenha uma pena alta e a justiça seja efetivamente feita, porque a Nadinny perdeu a vida com 25 anos, muito jovem, e a vida dele vai continuar”, afirmou uma familiar de Nadinny.
Segundo o TJCE, o réu alegou em juízo que não foi ao local com a intenção de matar Nadinny, apenas queria conversar com ela para reatar o relacionamento. Durante o depoimento, ele também acusou a vítima de ter provocado a discussão.
Em nota, o Tribunal afirmou que os motivos fúteis, o meio cruel e a utilização de recurso que impossibilitou a defesa da vítima, foram agravantes para a pena.
Ao todo, Jaime foi condenado a 35 anos de prisão, mas devido ao limite para detenção por homicídio, teve a pena definida em 30 anos. Preso preventivamente desde novembro de 2021, ele cumprirá mais 27 anos e três meses de reclusão, além do prazo estipulado de detenção por ter atrapalhado o trabalho dos policiais.
A pena será cumprida inicialmente em regime fechado, e Jaime não poderá recorrer à decisão em liberdade.
Procurada pelo O POVO, a defesa de Jaime afirmou que deve recorrer da decisão, alegando excesso na dosimetria da pena.
Atualizada às 11h51min
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