Chacina de Caucaia foi vingança por morte de membro de facção, afirma Polícia
Um dos autores foi preso, um foi morto e dois estão foragidos. As vítimas foram escolhidas aleatoriamente e estavam apenas no local errado, não tendo envolvimento nem antecedentes criminais
Vingança pela morte de um membro de facção criminosa foi a motivação da chacina de Caucaia, que vitimou quatro pessoas no último domingo, 11. Nenhuma das vítimas tinha envolvimento com crimes ou tinham antecedentes criminais, como apurou a Polícia Militar. Entre os quatro suspeitos de envolvimento na chacina, um foi preso na última terça-feira, 13, suspeito de ser um dos autores dos tiros. Francisco Alisson Ferreira de Sousa, 27, conhecido como "Grandão", que já responde por homicídio, porte e posse ilegal de armas, além de crime de incolumidade pública. Ele foi preso em flagrante porque, ainda segundo a Polícia, não houve interrupção das diligências desde o momento do crime.
Segundo a Polícia Civil (PCCE), um dos suspeitos foi morto em conflito com agentes da segurança e outros dois foram identificados, mas ainda estão foragidos.
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Foram mortos na ação: os pedreiros José Ednaldo Rodrigues da Silva, 29; e Francineudo de Sousa Teixeira, 22; a comerciante Maria Milena Soares de Sousa, 21; e o estudante Pedro Henrique de Sousa das Flores, 15. Eles estavam na localidade do crime, no Parque São Gerardo, quando foram alvejados de forma aleatória pelos suspeitos que estavam dentro de um carro. Eles não tinham passagens pela Polícia. A suspeita é que morte deles foi aleatória.
A Delegacia Metropolitana de Caucaia organizou uma força tarefa para prender os suspeitos. "O objetivo é o de prender indivíduos que integrem a alta hierarquia desses grupos criminosos, que tenham poder de comando e que tomam decisões que afetam diretamente os índices de criminalidade da região", informa Márcio Gutiérrez, delegado-geral adjunto da Polícia Civil do Ceará.
Segundo a Polícia, os suspeitos teriam atirado de forma aleatória por motivo de vingança pela morte de membro da facção morto por um grupo criminoso rival. "As pessoas estavam na rua na hora errada", conta Gutiérrez. O homem teria sido morto na semana anterior no bairro Picuí, também em Caucaia. "Eles planejaram essa vingança e realizaram essa chacina[...]Até onde se sabe, as vítimas foram aleatórias, não tinham um alvo definido. Eles só escolheram uma área de atuação da facção rival", ressaltou o delegado da Hugo Leonardo, delegado titular da Delegacia Metropolitana de Caucaia, em coletiva de imprensa nesta quarta-feira, 14.
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Ainda de acordo com Leonardo, os criminosos fugiram por um matagal, que liga dos bairro Parque São Gerardo aos bairros Patrícia Gomes e Cigana e, a fim de acuá-los e evitar a fuga, até o amanhecer, foi traçado um plano estratégico para cercar os suspeitos, com viaturas das polícias Civil e Militar. A área, que é densa e de mangue, foi mapeada durante a madrugada, todas as veredas de acesso e de possíveis rotas de fuga. Os criminosos adentraram cerca de dois quilômetros da área de mangue, quando foram localizados.
Organizações criminosas
"Tanto é a crueldade dos mesmos, que pegaram vítimas aleatórias, pessoas pacíficas da comunidade, que estavam no momento errado e na hora errada naquele local", acrescentou o coronel Bellini, comandante do 12º Batalhão da PM. Segundo ele, os assassinos faziam parte da facção Guardiões do Estado (GDE) e a região onde a chacina aconteceu tem atuação de criminosos do Comando Vermelho (CV).
O coronel Hidelbrando Belline explicou que o suspeito morto no confronto com a Polícia, dentro da área de mangue, identificado como Robson Ferreira dos Santos, 21, era visto como chefe da organização na região do bairro Conjunto Patrícia Gomes e respondia por diversos crimes, além de incitar outras facções pelas redes sociais.
Investigações
Após a ação, os suspeitos fugiram para um matagal e o local recebeu uma operação montada pelas forças de segurança. Os policiais se depararam com dois homens armados, o que deu início a um tiroteio, que vitimou o suspeito. Com Robson, foi encontrado um revólver calibre 38 com cinco munições, duas picotadas e uma deflagrada.