Cascavel: jovem é denunciado por agressões a adolescentes autistas em escola

Cascavel: jovem é denunciado por agressões a adolescentes autistas em escola

MP pediu a prisão de José Guilherme Santos Nascimento. Cerca de nove alunos teriam agredido dois estudantes no último dia 31 de outubro. Um deles foi socorrido à UPA

Um jovem de 19 anos foi denunciado por lesão corporal pelo Ministério Público Estadual (MPCE) na última quarta-feira, 12. Ao lado de outros adolescentes, José Guilherme Santos Nascimento teria agredido dois estudantes autistas de uma escola estadual de Cascavel, na Região Metropolitana de Fortaleza, caso ocorrido em 31 de outubro de 2024.

Conforme a denúncia do MPCE, o episódio ocorreu após um adolescente puxar a máscara usada por um dos estudantes autistas durante o horário de intervalo das aulas. 

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Ele também teria feito chacotas em relação aos dois adolescentes autistas, o que fez um deles dar uma “voadora” no jovem que foi denunciado pelo MPCE, que havia se somado à situação por ser amigo do adolescente que havia puxado a máscara do aluno autista.

Outros alunos intervieram e passaram a agredir os dois estudantes autistas. Segundo a direção da escola, aproximadamente, nove alunos participaram das agressões. O diretor da unidade disse que, ao chegar ao local do incidente, deparou-se com uma “roda” de alunos em torno de uma das vítimas.

Assim como um outro envolvido no caso, José Guilherme afirmou que foram os estudantes autistas que provocaram a situação, ao desferir um chute nele, e que os demais alunos intervieram apenas para defendê-lo.

Após as agressões, um dos adolescentes autistas foi encaminhado à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Cascavel apresentando vários ferimentos no rosto, assim como sangramento no nariz e cortes nos supercílios.

O MPCE destacou que José Guilherme é monitorado por tornozeleira eletrônica, já respondendo a um crime de roubo. Na denúncia ainda consta que o vigilante da escola relatou que um ex-aluno da escola, que seria “vinculado a facções criminosas” foi até a escola fazer perguntas sobre a briga, ocasião em “José Guilherme teria esclarecido os fatos”

O MPCE também pediu a prisão preventiva dele. “Por fim, os alunos envolvidos foram afastados das atividades letivas até que o caso fosse devidamente esclarecido”, afirma na denúncia o promotor Gleydson Leandro Carneiro Pereira.

Posicionamento da Seduc

O POVO procurou a Secretaria de Estado de Educação do Ceará (Seduc) para saber quais foram as ações tomadas pela escola após os fatos. Em nota, a pasta afirmou que foi “dada a oportunidade de conciliação aos alunos envolvidos e suas famílias para resolução dos conflitos” e que também foi oferecida aos alunos envolvidos acompanhamento do professor do Atendimento Educacional Especializado (AEE).

Confira a nota na íntegra:

A Secretaria da Educação (Seduc), por meio da Coordenadoria Regional de Desenvolvimento da Educação (Crede) 9, acompanha a situação na unidade ensino, que desenvolve dois projetos importantes junto à comunidade escolar.

São eles, o Projeto Professor Diretor de Turma, que atua com o objetivo de qualificar as relações para auxiliar os jovens no seu processo de autoconhecimento, bem como promover a melhoria do convívio escolar e comunitário; e a Comissão de Proteção e Prevenção à Violência contra a Criança e o Adolescente, em parceria com o Ministério Público, cuja finalidade é reforçar o papel protetivo da escola e estreitar sua relação com a Rede de Proteção para fortalecer uma atuação protagonista da unidade de ensino.

Por intermédio do Professor Diretor de Turma, a escola realiza alinhamento toda segunda-feira junto aos professores e nas reuniões semanais fazem atividades com base na indicação de textos reflexivos / temáticas norteadores para as aulas de formação para a cidadania.

Dentro desse cenário, a Crede 9 orientou que fosse dada a oportunidade de conciliação aos alunos envolvidos e suas famílias para resolução dos conflitos. A escola manteve diálogo com os estudantes e famílias com esse objetivo. Também possibilitou aos alunos envolvidos a continuarem com acompanhamento do professor do Atendimento Educacional Especializado (AEE).

 

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