Estudantes cearenses vencem prêmio nacional com cápsula que mata larva do Aedes aegypti
Protótipo chamado de Arbocaps foi desenvolvido na Escola de Ensino Médio em Tempo Integral (EEMTI) Marconi Coelho Reis, em Cascavel
16:30 | Dez. 03, 2022
Estudantes de Cascavel, na Região Metropolitana de Fortaleza, foram ganhadores da nona edição brasileira do "Respostas para o Amanhã" (traduzido do inglês "Solve For Tomorrow"), um prêmio global de cidadania corporativa. O grupo desenvolveu cápsulas que, quando colocadas em água parada, liberam gradualmente biocompostos que combatem a proliferação do mosquito Aedes aegypti.
Karol Canuto e Kauã Vitor são alunos do 1º ano da Escola de Ensino Médio em Tempo Integral Marconi Coelho Reis. Eles contam que a ideia das cápsulas biodegradáveis de baixo custo surgiu ao observar o aumento de casos de arboviroses transmitidas por mosquitos hematófagos na região.
As cápsulas, chamadas Arbocaps, são produzidas a partir de folhas do pinhão roxo, que tem propriedades inseticidas, e da resina do cajueiro. Cada cápsula tem custo de produção de R$ 0,36. Os estudantes realizaram testes prévios em recipientes com as larvas do mosquito e constataram seu efeito larvicida.
Em segundo e terceiro lugar ficaram as equipes do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia, na cidade de Porto Velho (RO), com o projeto de Elaboração de uma biopomada como alternativa no tratamento da Leishmaniose, e do Centro de Ensino de Tempo Integral Dom Ungarelli, em Pinheiro (MA), com um protótipo de Horta Magnética. O resultado foi anunciado em 22 de novembro.
Os vencedores, seus professores orientadores e suas escolas receberam smartphones, Smart TVs, notebooks e tablets da Samsung.
Cearenses premiados
Essa não é a primeira vez que o Ceará se destaca na competição. Em 2021, uma equipe do campus Crateús do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE) ficou em segundo lugar na categoria de Vencedores Nacionais. Os estudantes desenvolveram um projeto que usa a radiação solar para purificar a água de poços.
Na mesma edição, quatro alunos da Escola Estadual de Educação Profissional Maria Môsa da Silva, em Ocara, ficaram entre os mais votados na categoria Júri Popular. O grupo desenvolveu um protótipo de "descastanhador", maquinário capaz de separar a castanha de caju sem danificar o caju.
A premiação
A iniciativa promovida pela Samsung é conhecida por estimular alunos e professores da rede pública de ensino a desenvolverem soluções para problemas locais por meio da abordagem STEM (sigla em inglês para Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática).
O prêmio está no Brasil desde 2014 e já envolveu mais de 168.559 estudantes, 36.420 professores e 6.049 escolas públicas. Neste ano, registrou um aumento de 65% no número de alunos inscritos, em comparação a 2021.
"Houve o retorno às aulas presenciais e muita coisa mudou, principalmente devido à pandemia de Covid-19. Esta edição se alinhou a essa realidade e olhou para os novos desafios – ou para desafios que não são tão novos, mas que se tornaram mais urgentes", afirma Beatriz Cortese, diretora do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec), um dos parceiros da premiação. "O Solve for Tomorrow Brasil reforça o potencial de estudantes e docentes das escolas públicas de inovar, produzir ciência e ajudar a combater desigualdades.”
A edição brasileira do Solve For Tomorrow conta com uma rede de parceiros, como a representação no Brasil da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), a Rede Latino-Americana pela Educação (Reduca) e a Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI), além do apoio do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed).