Escola do Ceará ganha prêmio de melhor do mundo com ação em saúde mental

A EEMTI Joaquim Bastos Gonçalves, escola do município de Carnaubal, a 336 km de Fortaleza, foi nomeada a melhor instituição de ensino do mundo na categoria “Apoiando Vidas Saudáveis”. A premiação é realizada pela plataforma britânica T4 Education. O anúncio veio na manhã deste sábado, 4, e condecorou o projeto “Adote um aluno”, voltado para a saúde mental dos estudantes.

A iniciativa foi pensada no retorno às aulas presenciais, devido a fragilidades emocionais, como ansiedade e baixa autoestima, apresentados por alguns alunos em decorrência das experiências que viveram na pandemia de Covid-19.

Foi nesse momento que o idealizador do projeto, o professor Guilherme Barroso, entrou em contato com profissionais de todo o Brasil e conseguiu acompanhamento psicológico gratuito para os estudantes da instituição.

“O município não tem tantas condições de ter muitos psicólogos, então eu criei o projeto ‘Adote um Estudante’. Entrei em contato com psicólogos do Brasil todo por meio de redes sociais, pedindo que aderissem ao nosso projeto. No início foi difícil, mas com o tempo a gente conseguiu um grande público de psicólogos”, conta o professor de educação física e diretor de turma.

Projeto Adote um estudante: um passo além na ajuda aos alunos na pandemia; LEIA a entrevista

A premiação: escola cearense disputa com colégios dos EUA e Reino Unido

Desde o ano passado, a T4 Education premia escolas de mais de 100 países em cinco categorias: Colaboração Comunitária, Ação Ambiental, Inovação, Superando a Adversidade e, a vencida pela escola cearense, Apoiando Vidas Saudáveis.

Ao todo, as escolas passam por três etapas de avaliação: a primeira, que seleciona 10 projetos entre unidades do mundo todo; a segunda, que decide os três finalistas; e a fase final, que decreta o vencedor. A unidade de ensino cearense disputou o título deste ano com escolas dos Estados Unidos e do País de Gales, no Reino Unido.

Para o diretor da instituição, Helton Sousa, os resultados obtidos ao longo dos 18 meses de projeto também são uma premiação para os envolvidos.

“O nosso principal índice de avaliação é que todos os alunos que participaram do projeto são alunos que deram continuidade ao estudo. São alunos que mantiveram vínculo com a escola, conseguiram vagas universitárias… Então essa é a maior evidência de que o projeto está surtindo efeito”, conta.

Projeto de apoio psicológico a estudantes deve ser expandido

O desejo agora é expandir o projeto dentro e fora da escola Joaquim Bastos. Com o prêmio de US$ 50 mil, aproximadamente R$ 245 mil na cotação atual, a gestão escolar pretende construir uma sala dedicada aos acompanhamentos psicológicos, que hoje são realizados online ou em locais improvisados.

O projeto também sai dos muros da instituição. Segundo Helton, escolas de outros estados brasileiros e até uma de Portugal procuraram a EEMTI Joaquim Barros Gonçalves para conhecer o projeto e replicá-lo em suas unidades.

“A gente conversa, dialoga, explica como o projeto acontece, como pode acontecer e também faz parcerias. Então assim, já deu uma expansão grande no projeto”, diz Helton.