Família de mulher presa por agredir pitbull afirma que ação foi legítima defesa
Conforme o filho da agricultora, ela agiu somente após tentar várias formas de separar uma briga entre o pitbull que invadiu a sua casa e o cachorro da famíliaUma mulher de 58 anos foi presa nessa terça-feira, 28, após agredir um animal com uma foice, em Canindé. Ela foi autuada por crime ambiental. Segundo familiares, a senhora agiu em legítima defesa após ter a casa invadida pelo cachorro da raça pitbull.
Segundo Pedro Vitor, filho da agricultora Maria das Graças, ela teria entrado em desespero após ver o animal atacando o cachorro dela e, portanto, acabou golpeando-o como último recurso de defesa. Pedro relata que não foi a primeira vez que o pitbull dos vizinhos invadiu a casa de sua família.
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Dois dias antes do fato, o animal teria tentado invadir a casa da senhora, mas ela conseguiu fechar uma porta e ele foi embora, conforme relato do filho. “Esse pitbull chegou na comunidade há dois meses, já adulto. Ele era criado preso, mas costumava se soltar. Nessa última vez, ele já foi logo partindo para o nosso quintal e agredindo nosso cachorro”, disse Pedro.
Os dois animais começaram a brigar, mas o cachorro da casa conseguiu ir para o interior do imóvel. “Quando ele entrou, o pitbull veio atrás. Foi quando ele começou a rosnar para minha mãe. Nosso cachorro, no instinto de proteger, partiu em defesa, e eles começaram a brigar novamente”, relata.
Pedro afirma que sua mãe viveu cerca de dez minutos de desespero. Dois homens que estavam fazendo um serviço na residência também tentaram ajudar a separar a briga dos animais: “Eles usaram de tudo, quebraram várias de nossas cadeiras tentando separar os dois. Até que ficaram desarmados, porque já tinham usado suas ferramentas para se defender. Foi quando minha mãe pegou a foice, que estava ao lado.”
A mulher teria ficado com medo de que o animal invasor matasse o cachorro dela e atacasse não só ela, mas os homens que estavam na residência também, segundo o filho. “Minha mãe tinha essa foice por causa do trabalho dela. E golpeou inicialmente com as costas da ferramenta, como não adiantou, o animal continuava agitado, ela deu um golpe com a lâmina. Somente após o ferimento e muitos gritos, que os donos do animal chegaram na nossa casa”, disse.
Ela foi “levada pelas circunstâncias", afirma o filho. Pedro afirma ainda que a mãe está sendo hostilizada. “Nós estamos nos sentindo ameaçados, com medo de ficar na comunidade. Minha mãe é uma mulher agricultora, ambientalista, militante do movimento agrário, toda a comunidade está a apoiando, mas agora ela está pensando em vender o sítio da nossa família porque não sabe se vai conseguir morar lá. Isso tudo por causa da irresponsabilidade dos donos do animal”, afirma.
Maria das Graças afirmou ao O POVO que foi hostilizada por protetores de animais, que lhe fizeram ofensas, e por isso vai recorrer à Justiça por danos morais. Ela afirma ainda que teve sua imagem exposta de maneira sensacionalista e que nunca agrediu um animal, pelo contrário, sempre foi reconhecida pelos familiares e amigos como uma pessoa que resgata animais.
"Meu cachorro 'Che' foi resgatado da rua e hoje vive com a gente. Eu estou muito magoada, porque jamais faria aquilo se não houvesse pessoas na minha casa correndo risco de serem atacadas por aquele animal”, disse.
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