Suspeito de mandar matar radialista em Camocim em 2015 é preso
João Batista Pereira da Silva, o "Batista Dentista", foi encontrado em Pacatuba
22:37 | Jan. 23, 2024
João Batista Pereira da Silva, o “Batista Dentista”, de 52 anos, foi preso nesta terça-feira, 23, pela Polícia Civil em Pacatuba (Região Metropolitana de Fortaleza). Ele é apontado como mandante do assassinato do radialista Gleydson Carvalho, crime ocorrido em 6 de Agosto de 2015, enquanto a vítima apresentava seu programa em uma rádio de Camocim (Litoral Norte do Estado).
João Batista chegou a ser preso ainda em 2015, mas obteve liberdade provisória e, posteriormente, passou a ser considerado foragido pela Justiça. O seu paradeiro foi identificado através do trabalho do Departamento de Inteligência (DIP) da Polícia Civil.
Em resposta à acusação do Ministério Público Estadual (MPCE), a defesa de João Batista negou envolvimento dele com o crime. Foi afirmado que a imputação feita ao réu decorre apenas dos “depoimentos contraditórios” dos corréus.
Além de João Batista, outras oito pessoas foram acusadas pelo crime. Conforme denúncia do MPCE, a motivação do crime foram críticas que eram feitas pela vítima ao prefeito de Martinópole, no Litoral Norte do Estado. João Batista é tio do prefeito do município.
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A denúncia ainda descreveu que os réus Israel Marques Carneiro e Thiago Lemos da Silva adentraram no estúdio da Rádio Liberdade FM, fingindo que fariam anúncios, e dispararam contra ela três vezes. Gleydson chegou a ser socorrido a uma unidade de saúde, mas não resistiu.
“A vítima era o âncora de um programa de rádio da Liberdade FM (Revista Regional) que tecia constantes e severas críticas ao que reputava como desmandos, irregularidades graves e desvios no âmbito da gestão do referido município, inclusive ultimamente relatava que estava sendo ameaçada de morte, o que realmente se constatou em ligações efetuadas para o telefone da rádio e inclusive em postagens que antecederam sua execução em redes sociais veiculada por pessoa ligada à cobertura de eventos institucionais no Município de Martinópole”, apontou a denúncia do MPCE.
“Vale destacar que há fortes indícios de envolvimento de outras pessoas ainda não cabalmente identificadas sobretudo no financiamento e formatação do elaborado plano de execução do radialista, sendo certo que segundo GISELE o valor acertado para a execução da vítima seria a cifra de R$ 9.000.00 (nove mil reais), mas esta não soube detalhar se seria este valor para cada uma das três execuções acertadas ou se o montante já abrangeria todo o ‘serviço’ que seria realizado de modo gradativo, assim como ela não soube precisar se o valor indicado seria dividido entre os pistoleiros ou se cada um receberia tal importância”.
Os acusados pelo crime
Além de João Batista, Israel e Thiago, também foram denunciados pelo crime: Daniel Lennon Almada Silva, Gisele da Silva do Nascimento, Regina Rocha Lopes e Francisco Antônio Carneiro Portela.
Daniel Lennon era tesoureiro de Martinópole e foi apontado como dono da motocicleta utilizada na fuga dos executores. Gisele, Regina e Francisco Antônio teriam envolvimento no planejamento da ação.
Posteriormente, também foram acusados de participação no crime Valdir Arruda Lopes e Francisco Pereira da Silva. Eles também teriam envolvimento na preparação do crime.
Daniel e Francisco Antônio foram impronunciados por falta de prova, conforme decisão tomada em 2017. Em julgamento realizado em 2019, Thiago foi condenado a 27 anos e 4 meses de prisão; e Gisele a 23 anos e 4 meses, mesma condenação de Regina. Todos recorrem da sentença. Israel é considerado foragido.
O POVO não conseguiu identificar na noite desta terça se Valdir e Francisco já foram julgados, pois o caso tramita em segredo de justiça.