Chacina de Camocim: requerimento solicita transferência de policial civil para presídio militar

No processo do policial, referente aos quatro homicídios dos colegas dentro da Delegacia Regional de Camocim, há um requerimento para que ele seja transferido ao presídio militar para a continuação do tratamento psiquiátrico

O policial civil Antônio Alves Dourado, acusado de ser o autor da chacina de Camocim, no Ceará, que deixou três escrivães e um inspetor mortos, foi levado à Penitenciária Industrial de Sobral. Entretanto, no processo há requerimento para que ele fosse encaminhado para o Presídio Militar. A Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) confirma oficialmente apenas que ele está no sistema penitenciário. 

Os escrivães Antonio Claudio dos Santos, Antonio Jose Rodrigues Miranda e Francisco dos Santos Pereira e o inspetor Gabriel de Souza Ferreira foram mortos no crime ocorrido no último domingo, 14. 

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No processo do policial, referente aos quatro homicídios dos colegas dentro da Delegacia Regional de Camocim, há um requerimento para que ele seja transferido da Penitenciária Industrial de Sobral para o Presídio Militar para a continuação do tratamento psiquiátrico.

No documento consta que a Penitenciária de Sobral não dispõe de estrutura apropriada para o acompanhamento psiquiátrico. No processo consta ainda que foram encaminhadas as armas e a solicitação de exames para verificar se o policial havia feito uso de substâncias como álcool e drogas.

Ao tentar contato com o Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE)  sobre a decisão da Justiça a respeito da transferência do preso, a informação recebida pelo O POVO é que o caso está em segredo de Justiça.

Inspetor procurou atendimento psicológico em 2022 após presenciar homicídio  

Para que o inspetor Dourado fosse transferido, houve a anexação no processo da situação de saúde psiquiátrica do policial. Os tratamentos iniciaram em 2022, após ele ter procurado atendimento psicológico depois de ter presenciado um homicídio.

Foi anexado um documento com determinação de "Urgente" da Secretaria de Saúde de Camocim relatando a alegação do policial: depois de ter presenciado um homicídio, teve crises de ansiedade, insônia e pânico.

O documento solicitava avaliação e conduta de especialista. Receitas com medicação de uso controlado e um laudo psicológico constando transtorno de ansiedade e depressão estão entre os documentos resultantes.

Além disso, documento datado do dia 11 maio de 2023 solicitava o afastamento do profissional da segurança das atividades por 15 dias.

No laudo psicológico anexado ao processo, há descrição de queixas de sofrimentos obtidos por companheiros de trabalho e de que, a partir de vários acontecimentos, Dourado teve o desenvolvimento psicológico comprometido.

Conforme o laudo, o policial civil sofria de tremores, nervosismo, mãos e pés gelados, taquicardia, insônia, isolamento, pensamentos suicidas, entre outros.    

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