Julgamento de policial acusado de matar jovem durante abordagem em Boa Viagem é remarcado
Nesta quarta-feira, 17, a família se reuniu em frente ao fórum de Boa Viagem, pois o julgamento estava previsto para hoje, no entanto, foi remarcado
18:12 | Mai. 17, 2023
O jovem Rafael Pessoa Gomes, de 18 anos, foi morto em 2 de julho de 2016 durante uma abordagem policial na BR-020, em Boa Viagem, no Ceará. O policial acusado do crime será julgado no dia 5 de julho deste ano. Nesta quarta-feira, 17, a família se reuniu em frente ao fórum de Boa Viagem, pois o julgamento estava previsto para hoje, no entanto, foi remarcado. O réu é o policial militar Luis Fernando Sousa Lima.
Segundo o advogado da família, Deodato Ramalho, Rafael tinha 18 anos de idade e cuidava de cavalos nas vaquejadas do Interior do Ceará. Ele estava preparando cavalos para participar de uma vaquejada, mas se sentia mal e pediu a um amigo para levá-lo, de motocicleta, à Boa Viagem, para que ele pudesse realizar uma consulta médica e em seguida iria para casa. Os dois resolver desviar de um posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no intuito de evitar uma abordagem, pois a motocicleta estava muito antiga.
Eles visualizaram uma viatura, que pensaram se tratar da PRF e entraram para um caminho de terra. Uma viatura da Polícia Militar os avistou. Na saída do caminho, a mesma viatura já aguardava e efetuou disparos. Rafael foi atingido, encaminhado ao hospital e morreu.
Conforme o advogado que acompanha a família, um dos policiais, responsável pelo tiro, foi denunciado. Na época do crime, a Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos da Segurança abriu procedimento, no entanto, o agente de segurança segue na corporação atuando na segurança pública.
De acordo com a irmã de Rafael, Rafaela Pessoa, nesta quarta-feira, 17, completam seis anos e nove meses do caso. "A gente fica muito triste, pois está esperando todos esses anos. A gente só quer que Justiça seja feita, em nome do Rafael, que era só um menino. A pessoa com 18 anos perder sua vida por nenhum motivo", descreve.
A familiar aponta tristeza com a espera pelo julgamento e relata que a família, após quase sete anos do caso, segue abalada. Ela diz que depois do crime o luto persiste na família e nunca mais eles foram os mesmos, a mãe do rapaz teve um AVC, a irmã acredita que todo esse processo de dor auxiliou para os problemas de saúde.
Por último, ela relata que a expectativa da família é que o réu saia do fórum preso e que a família possa ter a sensação de Justiça. "O que a gente quer é que Justiça seja feita. Não se tira a vida de ninguém. A pessoa que fez o juramento de proteção a sociedade e faz uma coisa dessas. Ele acabou com a família. A gente vive os dias, mas somente Deus sabe o que passamos", finaliza.