Ex-alunos criam associação para evitar fechamento de escola em Baturité
Organização deve, dentre outras coisas, arrecadar fundos para a unidade de ensinoEx-alunos do Instituto Nossa Senhora Auxiliadora (INSA), em Baturité, se mobilizam para evitar o encerramento definitivo das atividades da instituição, divulgado em agosto último. Grupo organiza a criação de uma associação integrada por eles, que deve levantar fundos para a unidade.
O colégio, pertencente à Rede Salesiana de Escolas, anunciou o fechamento há pouco mais de um mês. Comunicado foi divulgado por meio de nota publicada nos canais de comunicação da entidade de ensino.
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"Foram muitos os esforços para a continuidade do colégio, mas os mesmos não foram suficientes e as condições atuais, infelizmente, não condizem com o propósito da instituição, de continuar garantindo o ensino adequado e de excelência aos seus alunos e alunas", destacou a escola em publicação.
Entidade ainda apontou que as causas para o fim das atividades foram relacionadas a um conjunto de episódios, como baixas gradativas do número de alunos, o alto grau de inadimplência, o aumento de descontos e concessão de bolsas e o impacto financeiro causado pela pandemia da Covid-19.
Escola deixou claro em nota que "o ano letivo de 2023 deve ser concluído normalmente", garantindo que estudantes não serão prejudicados. No entanto, esse deve ser o último semestre de aulas. O comunicado pegou de surpresa ex-alunos da instituição privada, que atua na região há 91 anos.
"Além de uma formação curricular de excelência (...) Uma casa e escola salesiana nos prepara para sermos bons cristãos e honestos cidadãos (...) De fato, em uma casa salesiana, a educação é coisa do coração. É acolhedora, respeitadora das diversidades, propagadora de bons valores e de cidadania", conta Daylana Régia, de 27 anos, que estudou na escola durante todo o seu ensino médio.
Ex-alunos estruturam criação de associação
A jovem participa de um movimento, junto a outro ex-alunos, que buscam soluções para evitar o encerramento das atividades da comunidade de ensino, que tanto contribuiu em suas formações.
Grupo tem tentado pedir apoio do poder público estadual e municipal. Na última semana, participantes estiveram presentes na sessão pública itinerante promovida pela Assembleia Legislativa do Estado (Alece-CE). Ex-alunos já realizaram também diversas reuniões, entre eles e com representantes religiosos.
Francisco Marcio, de 53 anos, é um dos integrantes desse movimento que busca dar voz para o que está acontecendo na escola. Ele estudou no local quando tinha 11 anos e a importância do colégio foi tanta em sua vida que ele colocou o seu filho, que atualmente tem 9 anos, para estudar no espaço também.
"Por tratar-se de uma escola religiosa e vindo de uma família tradicionalmente assim, ali (na escola) aprimorei minha formação humanística, espiritual, religiosa, aprendi a ver meu semelhante como irmão, a ser solidário, sendo um agente social, ajudando a construir uma sociedade justa e igualitária", destaca.
De acordo com o representante, o grupo definiu a criação de uma associação de ex-alunos. Proposta é que cada associado contribua financeiramente todos os meses, destinando valores para manter a instituição funcionando. Além disso, eles buscam a mobilização e a participação da sociedade no geral.
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"Através dela (associação) teremos diversas iniciativas e atividades com fim de manter o colégio ativo, aberto, funcionando em 2024 e permanecendo assim, servindo de diversas formas a nossa gente, à população de Baturité e do Maciço de Baturité", conta o médico.
Proposta da associação já está estruturada e deve ser apresentada nesta sexta-feira, 6, para a equipe administrativa da Rede Salesiana no Nordeste. De acordo com Márcio, irmãs que dirigem a instituição esperam uma proposta "concreta" para definir se realmente vão seguir com o fechamento.
O POVO procurou, por meio de mensagem enviada por e-mail no dia 28 de setembro, à direção do INSA para falar sobre o encerramento das unidades e o futuro da escola. Também foram encaminhadas duas mensagens para o WhatsApp do colégio, mas até o fechamento da reportagem não houve retorno.
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