Açude Banabuiú atinge nível que não era registrado há mais de quatro anos
No início do ano passado, o reservatório estava com volume acumulado inferior a 1 % da capacidade total
00:00 | Mai. 14, 2019
As chuvas registradas no início deste ano na região do Banabuiú elevaram o nível do açude, considerado o terceiro maior do Estado. Apesar de a quantidade de água acumulada ainda ser bem abaixo dos tempos de cheia histórica, a estiagem atingiu o reservatório com tanta severidade nos últimos anos que desde 6 de novembro de 2014 o Banabuiú não chegava ao índice igual ou superior ao atual, de 128 milhões de metros cúbicos.
Em valores percentuais, isso representa apenas 8,03% da capacidade total do açude, que é de 1,6 bilhão de metros cúbicos. Para Paulo Ferreira, gerente regional da bacia do Banabuiú, o cenário pode trazer otimismo para a população local, mas é preciso tratar com cautela. "(Esse aporte) garante o abastecimento da sede e das comunidade, mas ainda não é suficiente para realizar operações de perenização, agropecuária e produção, por exemplo", comenta.
Para reforçar essa prudência, ele apresenta a situação atual da bacia, conjunto com 19 reservatórios que percorrem a região. "Só o Banabuiú e o Pedras Brancas tiveram aporte. Todos os outros tiveram demanda – aquilo que é tirado pelas companhias ou é perdido por evaporação – superior ao aporte, tiveram saldo negativo", explica Ferreira.
Anos difíceis
Desde julho de 2011, o Banabuiú acumula significativas perdas anuais do volume acumulado. Em 2015, o reservatório inaugurou um novo período na crise hídrica em que enfrentava. Em 12 de agosto daquele ano, o volume acumulado passou a índices inferiores a 1% da capacidade total.
O cenário só começou a mudar – ainda que timidamente – em abril do ano passado, quando o reservatório começou a "tomar água". Em 1° de janeiro de 2019, o açude apresentava volume de 87 milhões de m³, o que representa 5,43% do total da capacidade.