Justiça volta a decretar prisão preventiva de delegado de Aurora

MPCE requereu medida alegando que Paulo Hernesto Pereira Tavares teria tentado atrapalhar as investigações

O delegado do município de Aurora (Região Centro-Sul do Estado), Paulo Hernesto Pereira Tavares, voltou a ter a prisão preventiva decretada pela Justiça nesta sexta-feira, 24. A medida ocorreu após o Ministério Público Estadual (MPCE) apontar que o delegado estava descumprindo medidas cautelares, atrapalhando as investigações e manipulando o teor das declarações e depoimentos de testemunhas.

“As tentativas de manipulação das testemunhas foram constatadas em áudios de WhatsApp”, informou o MPCE”. "No requerimento pela prisão, por exemplo, ele interferiu na lavratura de atos oficiais de condução do flagrante". Além da prisão, o MPCE requereu a suspensão integral do acesso do delegado aos sistemas de informação policiais.

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Paulo Hernesto é acusado, entre outros, de crimes de trânsito e violência contra a mulher. Na dia 11 de novembro último, ele foi preso em flagrante em Aurora suspeito de dirigir bêbado. Na ocasião, o delegado teria perseguido um adolescente de 16 anos, tentando atropelá-lo.

Paulo Hernesto perdeu o controle do carro, subiu a calçada e colidiu contra uma árvore e um muro. Em seguida, ele se envolveu em uma briga com outros motoristas, ocasião em que desferiu um tapa em uma mulher, o que foi registrado em vídeo.


“O investigado também desferiu xingamentos à mulher agredida fisicamente e a advogados das vítimas, intimidou funcionários do Serviço de Atendimento Médico de Urgência (Samu) e desacatou um tenente do Raio (Batalhão de Policiamento de Rondas e Ações Intensivas e Ostensivas, da Polícia Militar)”, afirmou o MPCE.

Outra gravação ainda mostrou o delegado urinando em uma viatura da Polícia Civil. Paulo Hernesto foi afastado preventivamente de suas funções no mesmo dia. Entretanto, ele foi liberado mediante pagamento de fiança após ser autuado apenas pelo crime de trânsito.

No dia 12, pedido de prisão preventiva foi acatado pela Justiça, desta vez, também sob argumento de violência contra a mulher. A audiência de custódia realizada no dia 13, porém, decidiu, novamente, pela soltura do delegado sob cumprimento de medidas cautelares.

Paulo Hernesto ainda responde por outros três processos administrativos por embriaguez ao volante, violência doméstica e demora no encaminhamento à Justiça de medidas protetivas de urgência.

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