Recém-nascido será levado para a mãe, suspeita de chacina em Aracoiaba, em presídio

Defesa da mulher queria a concessão da liberdade provisória baseada no fato da criança ter 55 dias de vida

O filho recém-nascido de uma mulher presa suspeita de envolvimento na Chacina de Aracoiaba (Maciço de Baturité) será levado para o presídio onde está a mãe.

A decisão judicial foi tomada nesta sexta-feira, 1º, e tem como intuito garantir a amamentação do bebê e a “aproximação do infante com a genitora”, conforme o juiz Francisco Eduardo Girão Braga, do 3º Núcleo Regional de Custódia e de Inquérito.

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A defesa da mulher requeria a liberdade provisória dela com base em decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que autoriza prisão domiciliar para mães de crianças menores de 12 anos. Foi alegado ainda que a suspeita “não tem a vida voltada para o crime”.

Na decisão, o juiz citou que ela é investigada por crime violento, uma das exceções para a concessão da prisão domiciliar para mães. O magistrado ainda afirmou que a mulher é suspeita de ser a dona de uma conta no Instagram onde foi postado um vídeo em que eram exibidas armas, incluindo uma “muito semelhante” a uma que foi usada na chacina.

Além disso, há a suspeita de que ela assumiu o comando do tráfico de drogas em parte do município de Capistrano, vizinho à Aracoiaba, após os assassinatos de dois ex-companheiros dela e a prisão de seu sogro.

"Assim, tem-se que a concessão da prisão domiciliar ou concessão de liberdade com aplicação de medidas cautelares diversas da prisão no presente caso, na forma como requerida, se fundamentaria em benefício dos filhos, notadamente do mais novo (55 dias de nascido), por se encontrar em fase de amamentação, já que os outros menores se encontram sob os cuidados de familiares, sendo possível o restabelecimento do vínculo entre mãe e filho na própria Unidade Prisional, que dispõe de instrumentos, profissionais e cuidados necessários, uma vez destacada a presença hígida dos requisitos autorizadores da manutenção da prisão temporária decretada pelo período de 30 (trinta) dias, salvo nova análise", afirmou na decisão o juiz.

Seis pessoas já foram capturadas pela chacina, que deixou quatro mortos. Conforme a investigação da Polícia Civil, o crime foi praticado em retaliação a uma tentativa de homicídio contra membro de facção criminosa do município de Baturité, município vizinho a Aracoiaba, no dia 11 de fevereiro.

Apenas uma das vítimas, porém, era o alvo da ação dos criminosos — a Polícia não divulgou quem seria. Foram mortos: o secretário municipal de Obras Públicas e Mobilidade Urbana, Kennedy Guedes da Silva; o empresário dono do sítio onde aconteceu o crime, Antônio Péricles Monteiro; o sobrinho de Péricles, João Pedro Ricardo; e o genro do vice-prefeito de Aracoiaba, Mateus da Silva Bezerra.

O POVO opta por não divulgar o nome da suspeita para não permitir a identificação de seu filho.

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Segurança Pública Ceará Chacina Aracoiaba Ceará

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