MPCE pede mais diligências sobre morte de turista em tirolesa em Aracati

Polícia Civil indiciou proprietário da tirolesa, mas promotora aponta outras ações "imprescindíveis" para oferecimento da denúncia. Família diz que laudo aponta "falhas estruturais"

O Ministério Público Estadual (MPCE) pediu mais diligências no inquérito que investiga a morte do turista paraense Sérgio Murilo Lima de Santana em uma tirolesa de Canoa Quebrada, em Aracati (Litoral Leste do Estado). O pedido ocorreu após o proprietário da tirolesa, Antônio Marcos da Silva Dias, ter sido indiciado pela Polícia Civil, em novembro, por homicídio culposo — quando não há intenção de matar.

Entre as novas diligências solicitadas está a oitiva do coronel Maciel, comandante da companhia de Bombeiros de Aracati. Conforme parecer do MPCE de 25 de novembro último, o intuito é saber quais foram as medidas adotadas a partir do conhecimento de que a tirolesa funcionava sem as devidas autorizações. “Tal diligência se mostra imprescindível ao eventual oferecimento da denúncia”, afirmou na manifestação a promotora Nara Rúbia Silva Vasconcelos Guerra.

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Conforme o advogado da família de Sérgio Murilo, em vídeo publicado no portal paraense Dol, o laudo da Perícia Forense do Estado (Pefoce) apontou que ocorreram diversas “falhas estruturais” e “erros crassos” na tirolesa que levaram à morte de Sérgio Murilo.

“O laudo é enfático em direcionar no sentido de que as vigas de sustentação estavam desgastadas, em tamanho insuficiente do correto e estavam ainda mal enterradas, ou seja, enterradas ao nível superficial da areia, que não garantia a firmeza proporcional correta para suportar quem realizava o passeio”, afirmou o advogado João Pedro Monteiro.

Além disso, afirmou o advogado, o “cabo de aço se encontrava em um diâmetro diferente do prescrito para as dimensões daquela tirolesa”. E equipamentos, como capacetes e coletes, não eram apropriadas para a tirolesa.

Esses e outros motivos levam o advogado a dizer que a morte de Sérgio Murilo, não foi uma “fatalidade”, mas um “negligência”, “uma tragédia anunciada”. Além da ação penal, a família de Sérgio Murilo move uma ação cível por danos morais contra o proprietário.

Em nota, a defesa de Antônio Marcos afirmou ter tomado conhecimento do indiciamento, mas que ainda não teve acesso ao relatório policial, "para saber com base em que o delegado chegou à conclusão para tal acusação". A nota, assinada pela advogada Marília Arruda de Lima, também afirma que a defesa não foi intimada de nenhuma decisão.

E ainda afirma que "desde o início (da investigação Antônio Marcos tem) comparecido e colaborado com todos os atos necessários para o melhor andamento do caso". "Estamos no aguardo e a inteira disposição da justiça", conclui a nota. 

O incidente que levou à morte de Sérgio Murilo ocorreu em 10 de outubro último. A estrutura da tirolesa cedeu e a vítima caiu no chão. Após a ocorrência, a Prefeitura de Aracati interditou todas as tirolesas do Município.

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