Conselheiro de facção preso no Ceará rompeu tornozeleira 4 dias após ser colocada

Segundo a Polícia, o homem possui ligações com a "Irmã Ruiva", considerada uma das pessoas mais procuradas no Estado até ser presa no ano passado

08:06 | Fev. 15, 2021

Por: Gabriel Borges
As INFORMAÇÕES sobre a prisão do suspeito foram repassadas em coletiva imprensa ontem (foto: Gabriel Borges/ O Povo)

Atualizada às 14h20min

Homem suspeito de ser conselheiro de uma facção criminosa nacional com atuação no Ceará foi preso na cidade de Morrinhos, a 208 km de Fortaleza. A prisão ocorreu na última sexta-feira, 12, em trabalho conjunto das Forças de Segurança do Estado, na cidade de Acaraú. Segundo a Polícia, Fernando Lopes Barros, 35 anos, possui ligações com Almerinda Marla Barbosa de Sousa, 39 anos, a "Irmã Ruiva". Eles são suspeitos de atuar juntos na execução de crimes como homicídio. A mulher seria ainda responsável por gerenciar os crimes com autorização da cúpula nacional da facção.

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O homem tinha em aberto um mandado de recaptura do sistema judiciário e uma longa ficha criminal por crimes como roubo, tentativa de homicídio e associação criminosa. O suspeito já tinha sido avistado em uma localidade de Acaraú na última sexta-feira, 12. Ele foi seguido até o povoado de Santa Fé, quando foi flagrado saindo de casa nos arredores de uma praça.

Segundo o delegado adjunto da Delegacia de Combate às Ações Criminosas Organizadas (Draco), Alceu Viana, o suspeito fazia uso de uma tornozeleira eletrônica até outubro passado.

"Ele já esteve preso por envolvimento em roubos a instituições financeiras. Após receber o beneficio de monitoramento por tornozeleira eletrônica, no dia 9 de outubro de 2020, ele rompeu essa tornozeleira quatro dias depois, e passou a ser um foragido da Justiça", explica Viana.

Conhecido como "Fernando Bombado" e "Véi da Foice", o homem foi abordado pelos agentes da Polícia e se apresentou com outro nome, além de portar identidade falsa. Quando questionado, confessou estar na posse de arma de fogo calibre ponto 40, apreendida junto de munição e aparelhos celulares. Além do cumprimento do mandado em aberto, "Fernando Bombado" foi autuado em flagrante por receptação, porte ilegal de arma de fogo e uso de documento falso. 

O delegado Paulo Renato, da Draco, explica que o distrito escolhido pelo suspeito para servir de esconderijo era de difícil acesso.

"O distrito tem um acesso difícil por estrada de terra. Não há sinal de telefone celular, é bastante escondido. Ele estava exercendo uma função de liderança na organização criminosa. Já havia sido preso há alguns anos por realizar roubos a instituições financeiras. Diante disso, é como se ele recebesse um título do crime para exercer essa função de liderança do grupo", diz.

Segundo as investigações da Polícia, Fernando Lopes estaria envolvido em atos referentes ao tráfico de drogas, e organização de homicídios quando houvesse o interesse da facção criminosa. Além de definir a compra e venda de drogas no Estado, bem como o local utilizado para esconderijo de drogas.

A "Irmã Ruiva" foi considerada como uma das chefes criminosas mais procuradas do Ceará pelo Programa Estadual de Recompensa até ano passado, quando foi presa por equipes da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) na cidade de Jijoca de Jericoacoara.

As investigações da Polícia mostraram que Almerinda Marla Barbosa teve ligação direta com os ataques ocorridos no Ceará durante o mês de janeiro, em 2019. Segundo o diretor do Departamento de Inteligência Policial (DIP) da Polícia Civil, delegado Edvando França, as investigações também apontaram que "Fernando Bombado" seria uma das lideranças envolvidas nas ações criminosas realizadas no Estado há dois anos.

A prisão do suspeito contou com a participação de investigadores da Draco, dos departamentos de Inteligência Policial (DIP) e de Polícia Judiciária do Interior Norte (DPJI-Norte), da Polícia Civil do Estado do Ceará (PCCE), da Coordenadoria de Inteligência (Coin), da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), além do apoio da Secretaria da Administração Penitenciária (SAP).

Colaborou Júlia Duarte