Cearense relembra sua conversa com papa Francisco durante JMJ 2013
O jovem Renan Sousa, que na época tinha 23 anos, teve a oportunidade de ser um dos escolhidos para se confessar com o recém-eleito pontífice, Francisco
O dia 26 de julho de 2013 ficou marcado na vida de Renan Sousa, que na época tinha 23 anos, em meio a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), um dos maiores eventos católicos do mundo. Ele foi um dos escolhidos para se confessar com o recém-eleito pontífice Francisco. Na época, ele vivia em Paracuru, na Região Metropolitana de Fortaleza, e participava de um grupo de jovens.
Ao O POVO, ele conta que soube da JMJ quando as pessoas do seu grupo comentaram sobre a experiência na JMJ de 2011, que aconteceu na Espanha, e começaram a falar sobre a JMJ 2013, que seria no Brasil.
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“Eu comecei a procurar mais sobre o evento e me inscrevi para ir. Uma pessoa da organização me ligou dizendo que eu tinha sido um dos escolhidos para me confessar com o papa Francisco, mas eu não podia comentar nada com ninguém para que o meu nome fosse preservado”, relata.
Por vezes, o rapaz achou que tudo se tratava de uma mentira e que aquilo não seria possível, até que chegou o dia e ele foi até o local marcado e viu que o pontífice realmente estava ali.
“No dia, fizeram um momento de oração com os participantes antes da confissão. Lembro que eu conversei com outras pessoas que estavam comigo – duas brasileiras, uma venezuelana e uma italiana — e acordamos que primeiro iam os brasileiros e depois elas iam, até para não cansar tanto o papo por conta do idioma, e fui surpreendido por ele ter escolhido falar primeiro comigo”, disse.
Um papa que não seguia protocolos
Renan disse que o papa, quando viu o modelo de confessionário, não gostou, e pediu para que os jovens ficassem frente a frente com ele, e assim foi feito. Ele conta que se confessou normalmente, mas que em determinado momento, o santo padre começou a conversar com ele.
“Ele me fez perguntas sobre mim, sobre o grupo de jovens o qual eu fazia parte, e quando dei por mim ele começou a falar sobre ele. Que ele era um homem simples, assim como eu, e pediu para que eu rezasse por ele”, descreveu.
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O jovem impôs suas mãos sobre o pontífice e fez sua oração sincera, e enxergou aquilo como um sinal divino, as respostas que pedia a Deus sobre a sua vida. Aquele momento foi marcado em seu coração.
Hoje, com 34 anos, Renan guarda com carinho o dia que o papa da simplicidade o ouviu e lhe deu a oportunidade de ouvi-lo falar.
Francisco faleceu aos 88 anos às 2h35min, horário de Brasília, na residência Santa Marta, onde vivia no Vaticano, de um AVC e parada cardiorrespiratória.
Morreu de forma discreta, quase que repentina. O mundo se despede do papa que deixou o legado de 12 anos de pontificado dedicado ao acolhimento, à unidade, e à propagação de mensagens de paz e respeito.
Quando perguntado sobre a sua reação ao saber da partida do papa, Renan disse que ficou triste pelo ocorrido, mas sentia em seu coração que o papa havia terminado a sua missão na terra como o bom pastor, ou como ele mesmo disse: “Ele voltou para casa, ao lado de Deus".