Parque Nacional de Jericoacoara abriga mais de 315 espécies de plantas, segundo pesquisa da UFC

Parque Nacional de Jericoacoara abriga mais de 315 espécies de plantas, segundo pesquisa da UFC

Dados da pesquisa, executada por Samuel Rabelo, doutorando da UFC, foram apresentados em workshop

Pesquisa do Instituto de Ciências do Mar (Labomar) da Universidade Federal do Ceará (UFC) atestou que o Parque Nacional de Jericoacoara abriga mais de 315 espécies de plantas, provenientes da Caatinga, Cerrado, Amazônia e da zona costeira do Brasil.

O resultado faz parte da tese de doutorado sobre a flora do Parque, do pesquisador Samuel Rabelo, integrante do Programa de Ciências Marinhas Tropicais do Labomar/ UFC, sob a orientação do professor Marcelo Moro.

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“Além de atualizar as informações sobre a biodiversidade, estamos confeccionando um guia de campo, com fotos e descrições das plantas e tipo de vegetação do parque, que enriquecerá as trilhas e o ecoturismo no Parque”, afirmou Samuel Rabelo, após realizar expedições por um ano no local. 

O trabalho foi exposto em um workshop, nos dias 25 e 27 de março, sobre turismo ecológico e interpretação ambiental em Jijoca de Jericoacoara. No primeiro dia do evento, pesquisadores da UFC apresentaram palestras sobre seus estudos na região.

A organização foi mediada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

O encontro, intitulado "Área de visitação Serrote/ Pedra Furada: uma proposta de interpretação ambiental", teve como objetivo a criação de um plano para esta área emblemática do Município, que abriga poças de maré, vegetação típica, dunas, cavernas e a icônica Pedra Furada.

Além da UFC, estiveram presentes no evento representantes do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), do Serviço Geológico Brasileiro (SGB), da concessionária Urbia Cataratas, guias locais de ecoturismo e membros do Conselho Comunitário e Empresarial de Jericoacoara.

Turismo em crescimento e desafios para a sustentabilidade

De acordo com o workshop, o Parque Nacional de Jericoacoara é o terceiro mais visitado do Brasil e o mais frequentado das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, recebendo 1, 6 milhão de visitantes em 2024.

Os pesquisadores relatam que apesar da alta demanda, há um enorme potencial a ser explorado nas áreas ambiental e ecológica, contando com planejamento eficaz para atender os moradores e os turistas.

Para Regina Kátia Carneiro, analista ambiental do ICMBio e coordenadora de atividades de interpretação ambiental no Parque, é importante a parceria com o Labomar/ UFC.

"A criação de uma trilha interpretativa é uma estratégia poderosa para sensibilizar sobre a importância da conservação da biodiversidade e das áreas protegidas e enriquecer a experiencia do visitante no parque. A interpretação é uma ferramenta capaz de atrair mais turistas e ao mesmo tempo reduzir os impactos indesejáveis da visitação, garantindo a sustentabilidade ecológica e a continuidade da atividade econômica tão importante para a comunidade local. Para isso, a colaboração com o Labomar-UFC é essencial para o sucesso desse projeto", afirmou.

Demais estudos científicos sobre o Parque Nacional de Jericoacoara

O workshop foi estruturado com palestras, visitas de campo ao Serrote e à Pedra Furada e discussões sobre as propostas de interpretação ambiental nas trilhas.

O professor Tommaso Giarrizzo, visitante sênior do Labomar/ UFC, também compartilhou a pesquisa sobre os impactos ambientais na região, como o lixo marinho e a diversidade de peixes no local.

Tommaso destacou a importância das poças de maré e das piscinas naturais encontradas ao longo do caminho para a Pedra Furada, que são utilizadas nas trilhas e como locais para banhos.

"Esses ambientes são excelentes para atividades de educação ambiental e podem ser explorados para promover o conhecimento sobre a vida marinha, como já temos mais de 20 espécies de peixes e uma rica diversidade de corais, tartarugas e crustáceos", explica o professor.

Uma das propostas é a criação de filmagens subaquáticas em 3D, que poderão ser exibidas em salas interativas nos centros de visitantes do Parque, projetados para os próximos anos, além de integrarem o Museu da Estação Científica Marinha do Labomar/ UFC em Jericoacoara.

Houve ainda palestras sobre arqueologia com a professora Verônica Viana, da UFC, e os servidores do Iphan-CE a respeito do geoturismo e da geodiversidade. A Urbia Cataratas apresentou a infraestrutura de visitação planejada para a região. Os guias locais apresentaram a rota dos cristais e as lendas sobre o lugar.

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