Onda de calor no Ceará: temperaturas máximas podem chegar até 3°C acima da média até terça-feira, 25
Temperaturas podem chegar aa 33ºC e ventos devem ser moderados, até 25 km/h
Apesar de estar em meio a quadra chuvosa, o Ceará deve passar por uma onda de calor deste domingo, 23, até a terça-feira, 25. A previsão da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) é de que o Estado tenha temperaturas máximas acima da média, variando de 1°C a 3°C além do esperado.
Conforme a Fundação, uma onda de calor é caracterizada por três dias seguidos de extremos de calor, quando as temperaturas máximas chegam a mais de 1°C que o esperado para o período.
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A temperatura deste domingo foi a terceira maior do mês de março, que também registrou 32,5°C no dia 8 e no dia 5. As datas coincidem com uma menor incidência de chuvas na Capital.
Fortaleza teve a 20ª temperatura mais alta do Ceará neste domingo. O maior número foi registrado em Jaguaruana, com 34,2°C, seguido de Quixeré (33,9°C), Santa Quitéria (33,5°C) e Morada Nova (33,5°C).
As áreas mais atingidas serão a faixa litorânea e o extremo-sul do Estado. Em Fortaleza, o sábado, 22, e o domingo, 23, já foram dias de calor, com temperaturas máximas de 32,1°C e 32,4°C, respectivamente.
É esperado que as temperaturas variem de 31°C a 33°C na Capital. Os ventos devem ter intensidade moderada, variando de 10 km/h a 25 km/h.
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Por que a onda de calor se formou?
Imagens de satélite mostram que o principal sistema indutor de chuvas no Ceará, a Zona de Convergência Intertropical (Zcit), se afastou da costa brasileira. Com isso, a nebulosidade sob o Estado diminuiu.
Um céu com menos nuvens favorece a passagem da radiação solar, aumentando as temperaturas. A tendência de estabilidade atmosférica, ou seja, o tempo firme, deve durar pelo menos até terça-feira, 25, conforme a Funceme.
Ainda assim, estão previstas chuvas isoladas na madrugada de segunda-feira, 24, no Cariri e sob a costa litorânea. Durante a tarde, é possível o registro de precipitações na Ibiapaba, Litoral Norte e norte do Sertão Central e Inhamuns.
Esses eventos são associados à formação de áreas de instabilidade e à influência de fatores locais, como brisa, relevo e a interação entre temperatura e umidade.
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Cuidados em dias de calor extremo
A médica cardiologista Thaís Moreno explica que o calor excessivo pode sobrecarregar o sistema de regulação térmica do corpo. Por isso, é preciso mais atenção aos sinais de desidratação em dias de calor extremo.
“Quando a temperatura ambiente está muito alta, perdemos mais líquidos e sais minerais pela transpiração, o que pode levar à desidratação, queda de pressão, tonturas e até desmaios. Em casos mais graves, o calor pode causar exaustão térmica e até uma emergência médica”, afirma.
Idosos, crianças e pessoas com doenças crônicas, como hipertensão e problemas cardíacos, ficam mais vulneráveis em temperaturas elevadas. É necessário manter o corpo hidratado e evitar a exposição ao sol nos horários de maior calor, especialmente entre 10 horas e 16 horas.
“Manter esses grupos em locais frescos, com ventilação adequada, evitar roupas pesadas e garantir alimentação leve são medidas essenciais. Nos bebês, vale atenção redobrada aos sinais de irritabilidade, moleza ou fontanela (moleira) mais funda, que podem indicar desidratação. Já nos idosos, tontura, fraqueza ou confusão mental também devem ser monitorados”, diz.
A médica também orienta o uso do filtro solar para proteger a pele e evitar atividades físicas intensas ao ar livre nos horários de pico de calor. Refeições com menos gordura e mais frutas e verduras podem ajudar o organismo a lidar melhor com as temperaturas elevadas.