Combate à violência requer 'quebrar espinha dorsal' das facções, diz Lula

Combate à violência requer 'quebrar espinha dorsal' das facções, diz Lula

PF causou prejuízo de R$ 5,6 bilhões às facções do País, segundo o presidente. PEC da Segurança Pública é uma das frentes de combate ao crime organizado

Em entrevista exclusiva ao O POVO, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmou que “quebrar a espinha dorsal” das facções criminosas é a “única forma de acabar com a violência que ocorre no Brasil”.

O chefe do Executivo se referiu à estrutura financeira das organizações criminosas. Ele afirmou que, em 2024, a Polícia Federal (PF) causou prejuízo de R$ 5,6 bilhões às facções do País, 70% a mais que o ano anterior. Isso ocorreu por meio de operações policiais que envolviam apreensão de bens.

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Outra frente de combate ao crime organizado, na visão de Lula, é a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública. O texto define novas regras e padronização de protocolos para as forças de segurança do Brasil, além de estabelecer o Sistema Único de Segurança Pública (SUSP).

Segundo o presidente, a PEC “define muito bem como as forças federais, estaduais e mesmo as municipais atuarão em conjunto” contra as facções.

“O ministro [da Justiça e Segurança Pública, Ricardo] Lewandowski dialogou muito com os governadores e a sociedade para construir essa proposta”, relatou. “Agora a ministra Gleisi [Hoffman, da Secretaria de Relações Institucionais] está conversando com as lideranças do parlamento para encaminhar em breve a proposta para o Congresso”, relatou.

Na visão de Lula, uma integração “ainda maior” entre as polícias, da federal à municipal, poderá aumentar os números de investidas contra as finanças das facções. “E isso irá derrubar, e muito, a força das organizações criminosas”.

Ataques de facções a empresas de internet no Ceará

Os comentários de Lula sobre as facções criminosas foram feitos após o presidente ser questionado sobre a atuação federal e a situação dos ataques a empresas provedoras de internet no Ceará. Casos do tipo têm sido registrados no Estado desde o fim do mês de fevereiro.

No sábado, 22 de fevereiro, uma semana antes do Carnaval, um veículo da empresa Brisanet foi incendiado no bairro Jacarecanga, em Fortaleza.

Cinco dias depois, o Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp), em São Gonçalo do Amarante, foi alvo de ataques do Comando Vermelho (CV), que estaria cobrando taxas para as empresas operarem na região.

No mesmo dia, o Governo do Estado se reuniu com 15 provedoras atuantes na área e prometeu medidas mais eficientes no combate à ação criminosa.

Entre 22 de fevereiro e 7 de março, pelo menos quatro ataques a empresas de internet foram registrados.

No sábado, 8 de março, o município de Caridade passou por ataques, os quais deixaram 90% dos moradores sem acesso à internet. Criminosos arrancaram cabos e quebraram caixas de transmissão em postes.

Ainda no mesmo dia, o governador Elmano de Freitas (PT) anunciou a criação de um grupo especial nas forças de segurança do Estado para atuar na prevenção aos ataques de facções contra os empreendimentos.

No domingo, 9, duas empresas tiveram portas e cadeiras quebradas durante a madrugada em Caucaia. No dia seguinte, 10, a fachada de uma provedora no bairro Itambé, também em Caucaia, foi atacada com pelo menos seis tiros.

Até a última segunda, 17 de março, 27 pessoas foram presas suspeitas de extorquir empresas ou usuários de internet a mando de facções no Ceará.

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