Suspeito de matar pai e filho em Uruburetama devia dinheiro à vítima

Cobrança pode ter motivado o crime que vitimou Lucas Pires Alves, de 25 anos, e Leonardo de Sousa Pires, de 4 anos, afirma o delegado de Polícia Civil Ronivaldo de Oliveira

21:22 | Mar. 14, 2025

Por: Lucas Barbosa
Familiares chegaram a fazer campanha nas redes sociais para encontrar Lucas Pires Alves, de 25 anos, e Leonardo de Sousa Pires, de 4 anos (foto: Reprodução/Redes Sociais)

A Polícia Civil do Ceará (PC-CE) considera elucidado os assassinatos de Lucas Pires Alves, de 25 anos, e Leonardo de Sousa Pires, de 4 anos, pai e filho, respectivamente, que haviam desaparecido no último dia 29 de janeiro e cujos corpos foram encontrados na noite dessa quinta-feira, 13, na Zona Rural de Uruburetama (Vale do Curu).

Os suspeitos presos foram identificados como sendo os irmãos Edson Moreira Mesquita, de 29 anos, e Eugênio Mesquita Moreira, de 28 anos. Edson é apontado como o executor do crime, conforme o delegado Ronivaldo de Oliveira, do Núcleo de Homicídios da Delegacia Regional de Itapipoca (também no Vale do Curu).

Já Eugênio teria ajudado-o a ocultar os cadáveres. Ainda conforme o delegado, Eugênio confessou o crime, mas afirmou que o irmão o enganou.

Conforme a companheira de Lucas, ele havia saído de moto com o filho para cortar o cabelo, comprar material escolar, entre outras atividades. Os dois, porém, acabaram indo para a fazenda onde Edson trabalhava, onde, conforme as investigações, o crime foi registrado.

Edson cuidava de animais de Lucas para a engorda. A Polícia Civil apurou que Edson estava com problemas financeiros, após contrair dívidas com várias pessoas, Lucas incluso.

A vítima, por sua vez, havia acertado a compra de uma casa em Tururu, município vizinho a Uruburetama. Portanto, possivelmente, diz Ronivaldo de Oliveira, Lucas pode ter cobrado Edson de maneira mais veemente, o que pode ter desencadeado o crime.

Além disso, quando foi morto, Lucas estava transportando uma quantia entre R$ 12 e R$ 15 mil, dinheiro que seria usado, justamente, na compra da casa. Esse valor ainda não foi encontrado e também pode ter sido o fator a motivar o crime.

Em seu depoimento, Eugênio disse que Edson pediu ajuda para ocultar os corpos após afirmar que as vítimas haviam morrido acidentalmente. Edson teria dito temer que a família de Lucas e Leonardo ou mesmo a Polícia desconfiassem que havia sido ele o responsável pelas mortes.

Eugênio indicou aos investigadores o local onde as vítimas foram enterradas em cova rasa. Os corpos foram localizados ainda na noite dessa quinta-feira, 13, em uma área de mata fechada na localidade de Sítio São Severino.

Suspeito teria coagido testemunha

Edson nega envolvimento com o crime. Conforme o delegado, o suspeito chegou a dizer que viu quando pai e filho deixaram a fazenda na moto em que trafegavam. Ronivaldo de Oliveira, porém, diz que Edson coagiu uma testemunha a dizer que também viu as vítimas deixarem o local com vida.

Esse mesmo depoente, depois, confessou ter prestado testemunho falso. O delegado ainda afirma que a Polícia Civil já havia delimitado a região da fazenda como o local do desaparecimento das vítimas.

Os investigadores chegaram a procurar áreas nas quais os dois poderiam ter se acidentado, mas, a partir de um trabalho de campo que contou com análise de imagens de câmeras de vigilância e com colaboradores, a Polícia conseguiu identificar que pai e filho não haviam saído da fazenda.

Outras pessoas chegaram a ser tratadas como suspeitas de envolvimento no duplo assassinato, mas Ronivaldo de Oliveira afirma que as investigações concluíram que apenas os irmãos participaram do crime.

Contra eles, foi cumprido mandado de prisão temporária, válido por 30 dias, mas a tendência é de que a prisão preventiva seja decretada e eles aguardem presos pelo julgamento.