Integrantes do tribunal do crime da GDE responsáveis por torturas e mortes em Tauá são presos
Décima segunda fase da operação Purgation cumpriu 23 mandados de prisão, sendo 16 capturados e sete tiveram mandados cumpridos em unidades prisionais do Estado
A 12ª fase da operação Purgation resultou na prisão de integrantes do tribunal do crime da facção criminosa cearense Guardiões do Estado (GDE), responsáveis por casos de tortura e mortes no município de Tauá, a 343,10 quilômetros de Fortaleza. Ao todo, foram cumpridos 23 de 31 mandados de prisão, sendo 16 capturados e sete já estavam cumprindo pena em unidades prisionais do Estado.
A operação foi realizada pela Polícia Civil do Ceará (PC-CE), por meio do Departamento de Polícia Judiciária do Interior Sul (DPJI-Sul), na manhã desta quarta-feira, 5. Além de Tauá, as ações aconteceram nos municípios Quixadá, Quixelô e Fortaleza, e em mais quatro estados: São Paulo, Tocantins, Minas Gerais e Santa Catarina.
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De acordo com o diretor-geral da Polícia Civil do Ceará, Márcio Gutiérrez, os criminosos julgavam e decidiam o que iriam fazer com os alvos capturados pela organização. “Eram pessoas que tinham algum tipo de ressalva, algum tipo de inimizade com esse grupo criminoso, eram julgadas ali por eles”, disse.
O diretor do Departamento de Polícia Judiciária do Interior Sul (DPJI-Sul), delegado Pedro Viana, detalhou que, entre os alvos, haviam pessoas que estavam cometendo crimes na região de Tauá, como roubos e furtos, apontados como proibidos de agir pela organização. “Essas pessoas flagradas cometendo esses crimes e elas passavam por um julgamento que poderia ser a morte ou uma série de tortura”, informa.
Durante as ações, os policiais fecharam um imóvel que era utilizado para rinha de galos em Tauá. No local, 11 galos foram apreendidos. O dono do imóvel foi autuado em flagrante por crime de rinha de galo. Ainda na operação, uma pessoa foi presa em flagrante em posse de drogas e autuada por tráfico de drogas.
Ao todo, as equipes cumpriram 27 mandados de busca e apreensão, que resultaram, além da apreensão dos galos, na apreensão de uma quantidade de cocaína. Os capturados foram conduzidos à unidade policial da região, onde foram realizados os trâmites das investigações.
Desde o início da operação, em outubro de 2023, 83 pessoas foram capturadas. A investigação do grupo teve início a partir da apreensão de um celular. No aparelho, a Polícia Civil obteve vídeos de pessoas sendo torturadas e mortas.
A partir disso, foi possível obter informações sobre a existência do tribunal. Durante a operação, alguns alvos fugiram para outros estados e continuaram atuando dentro da organização, principalmente por meio de contato telefônicos. “A nossa diretriz é tirar de circulação criminosos violentos, homicidas, faccionados, membros de organizações criminosas, traficantes”, pontuou Gutierrez.