Norte do Ceará tem maior probabilidade de chuvas extremas entre fevereiro e abril

Região deve ter maior incidência de precipitações em comparação com outras localidades do Estado; prognóstico geral é de chuvas dentro da média no trimestre fevereiro, março e abril

O Norte do Ceará será a região do Estado com maior probabilidade de chuvas extremas no trimestre entre fevereiro e abril deste ano. Durante os próximos três meses, a área deverá concentrar os principais volumes em todo o território cearense e apresentar chuvas acima da média histórica.

A informação foi divulgada pela Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) durante a apresentação do prognóstico de chuvas para os meses de fevereiro, março e abril. Por causa dessa possibilidade de uma maior ocorrência de chuvas extremas, o órgão anunciou também a instalação de um novo sistema de monitoramento no autódromo do Eusébio, para aumentar a precisão e o poder de antecipação desses eventos. A data de inauguração do sistema ainda não foi definida. 

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“A maioria desses sistemas que atingem a Região Metropolitana de Fortaleza vem do Leste, então seria importante a gente ter uma estrutura de monitoramento ali, para antecipar o que pode acontecer em termos de precipitações máximas na Região Metropolitana e os possíveis impactos que isso pode ter de alagamentos e ações que a Defesa Civil deve implementar em termos de prevenção”, explica o presidente da Funceme, Eduardo Martins.

Além dos eventos extremos, também são esperadas mais chuvas corriqueiras na porção norte do Estado. De acordo com a previsão da Funceme, essa maior incidência deverá ser ocasionada pela atuação da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), que deverá se restringir à zona costeira do Ceará.

“É claro que ela vai migrar, é uma gangorra, sobe e desce o tempo todo, mas preferencialmente, pelo o que estão indicando os modelos nós teremos um noroeste com a probabilidade normal à acima e sudeste norma à abaixo. Eu diria que abaixo é mais provável no que diz respeito ao setor sudeste”, pontua Martins.

Caso a previsão se concretize, o cenário deste ano para o norte do Estado deverá ser similar ao visto em 2024, quando os três litorais e o Maciço de Baturité observaram chuva acima do normal para o trimestre. Entre as cinco macrorregiões que compõem essa fração do Ceará, apenas a Ibiapaba ficou dentro da normalidade, e ainda sim, a apenas 23 milímetros de superar a média. Os dados foram obtidos por meio do Calendário de Chuvas da Funceme.

Região Sul deve ter menor volume de chuvas

Se ao norte a expectativa é de grandes chuvas até abril, no sul do Estado a previsão é menos animadora. Com posicionamento restrito ao litoral, a ZCIT teria menor influência sobre regiões como sul do Sertão Central e Inhamuns e Jaguaribana, bem como em todo o Cariri, o que diminuiria o volume de chuvas.

Inicialmente, o esperado é de que as precipitações nesses locais ocorram de forma isolada e em baixa intensidade, contribuindo para uma maior frequência de veranicos, como altas temperaturas e estiagem.

Devido à grande extensão territorial, as macrorregiões do Sertão Central e da Jaguaribana deverão vivenciar ambos os cenários, de maiores e menores chuvas no Ceará, até abril. Municípios na faixa superior dessas localidades poderão ainda sofrer influência da ZCIT, enquanto os que estão abaixo, deverão ter um clima mais firme.

“É uma zona de transição a Jaguaribana. Nós vimos ali anomalias positivas, passando pela normalidade e indo para baixo da média quando a gente chega lá no sudeste”, afirma o presidente da Funceme.

Apesar da expectativa de chuvas abaixo da média nas localidades que abrangem os três principais açudes cearenses, Banabuiú, Orós e Castanhão, os órgãos de recursos hídricos enxergam o cenário atual dos reservatórios como sustentáveis. Entretanto, as pastas não descartam adoção de medidas como solicitação de auxílio federal para garantir o abastecimento em eventuais situações de baixo aporte.

“É bom que se lembre hoje que a gente está ligado ao São Francisco, que chega exatamente ali pela região de Jati, através do cinturão das águas. Se fizer necessária alguma complementação, a gente vai negociar com o governo federal uma transferência de água para essa região”, conclui o titular da Secretaria dos Recursos Hídricos, Ramon Rodrigues.

Veja intervalo da média em cada região climatológica do Ceará

Litoral Norte: de 550,4 a 774,3 milímetros
Litoral de Pecém: 477,2 a 654,1 milímetros
Litoral de Fortaleza: de 560,8 a 782,6 milímetros
Maciço de Baturité: de 470,3 a 613,8 milímetros
Ibiapaba: de 503,1 a 600,8 milímetros
Jaguaribana: de 402,1 a 576,0 milímetros
Cariri: de 482,7 a 623,8 milímetros
Sertão Central e Inhamuns: de 362,4 505,4 milímetros

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