Colisões entre trens e carros no Ceará caem 30% em relação a 2023
De janeiro a dezembro, foram 39 ocorrências registradas, enquanto em 2023 foram contabilizados 32 registros de acidentes nas linhas férreas do Estado
18:24 | Jan. 16, 2025
No segundo semestre de 2024, o número de colisões entre trens e carros no Ceará caiu em 30,4% se comparado aos seis primeiros meses de 2023, conforme levantamento realizado pela Companhia Cearense de Transportes Metropolitanos (Metrofor).
“De janeiro a junho, foram 23 ocorrências e, de agosto a dezembro, 16. Em comparação com o segundo semestre de 2023, quando foram registrados 19 abalroamentos, a redução foi de 15,8%”, detalha o Metrofor.
No que se refere aos números anuais, em 2024 houve aumento no número de colisões entre carros e trens no Ceará em comparação ao ano anterior. De janeiro a dezembro do ano passado 39 ocorrências foram contabilizadas, enquanto no mesmo período de 2023, foram 32 registros.
Um dos acidentes registrados em 2024 vitimou fatalmente três pessoas em agosto de 2024. O veículo, que transportava cinco pessoas, avançou sobre a via férrea no momento da passagem do trem entre as estações Borges de Melo e Vila União.
Em julho do mesmo ano, um trem do Veículo Leve Sobre Trilhos (VLTs) do Cariri bateu em uma barreira de proteção, deixando quatro pessoas feridas. Na ocasião, o Metrofor informou que o trem deveria parar seu trajeto na estação, contudo “acabou colidindo com a barreira de segurança”.
A barreira de proteção consiste em uma estrutura física ou sistema instalado ao longo ou próximo dos trilhos para garantir a segurança de pedestres, veículos e do próprio sistema ferroviário.
No decorrer de 2024, o Metrofor informou que foram realizadas 1.588 manutenções preventivas nos equipamentos que operam nas cidades de Fortaleza, Caucaia, Sobral, Juazeiro do Norte e Crato.
Um método eficaz para evitar acidentes em cruzamentos de ruas e avenidas com linhas férreas é a instalação de cancelas. Apesar de comuns, os dispositivos não são obrigatórios e possuem caráter complementar para auxiliar a sinalização obrigatória e controlar a passagem nos trechos. As informações constam nas normas do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) a partir do Manual Brasileiro de Sinalização de Trânsito (MBST).
“O que é obrigado por lei é a Cruz de Santo André, que alerta os motoristas sobre a presença de uma linha férrea próxima. Ela vem acompanhada da inscrição ‘olhe, pare e escute’”, explica o gerente de Estações e Segurança Operacional do Metrofor, Plínio Araújo.
“Para garantir e ter uma segurança a mais, as empresas e companhias de ferrovias normalmente colocam em alguns locais onde há maior movimentação aquelas cancelas. Quando o trem se aproxima do cruzamento ferroviário existe um sensor e ele liga o sinal sonoro e visual da cancela e posteriormente a cancela baixa”, acrescenta Araújo.
O gerente de operações detalha que em casos de acidentes ou falhas mecânicas, dentro ou fora do trem, a segurança operacional entra em contato imediato com as equipes do Corpo de Bombeiros ou do Samu, se necessário, para lidar com a situação.
“Normalmente o acidentado é fora do trem, mas em qualquer circunstância, esse pessoal está preparado para ligar para a segurança ou órgão competente. Internamente, o vigilante vai fazer a evacuação do trem, existe escadas e tenta organizar para que as pessoas não se machuquem ao descer”, pontua.
No que se refere à prevenção dos acidentes, Plínio cita que a população deve estar consciente na hora de atravessar a via férrea, isso porque o trem “não tem como parar” como um veículo rodoviário, que precisa de, aproximadamente, 15 metros para estagnar.
“O trem precisa de 200, 300 metros para parar por conta do tamanho e peso. As pessoas não devem arriscar a vida delas tentando atravessar antes que o trem venha porque, embora ele reduza a velocidade ou buzine”, finaliza Araújo.
Como prevenir acidentes
Além das manutenções dos equipamentos de sinalização, o Metrofor acrescentou que os condutores dos trens também passam por treinamentos e atualizações, “sendo constantemente orientados a reduzir a velocidade ao passar nos cruzamentos”.
“A empresa também atua na conscientização da população, por meio de campanhas educativas – em parceria com o Detran –, entrevistas na imprensa e conteúdo em redes sociais”, complementa a instituição.
Apesar das orientações, é necessário que os motoristas rodoviários estejam cientes de que os trens possuem prioridade no trânsito por serem maiores e mais pesados que os veículos terrestres, com alta capacidade de transporte. Por trafegarem em trilhos fixos, não realizam desvios emergenciais nem podem frear rapidamente.
As linhas de Veículos Leves Sobre Trilhos (VLTs) operadas pelo Metrofor dispõem de 75 cruzamentos com ruas e avenidas de Fortaleza, Caucaia, Sobral, Juazeiro do Norte e Crato. Portanto, a instituição emitiu algumas recomendações para evitar colisões:
- Pare, Olhe e Escute: Obedeça à Cruz de Santo André, que é a sinalização mais importante nas PNs.
- Respeite a sinalização: Atente-se aos sinais sonoros, visuais e à buzina do trem.
- Não ultrapasse limites: Não avance sobre os trilhos quando as cancelas estiverem baixadas ou as luzes piscando.
- Evite distrações: Desligue o som, evite o uso do celular e mantenha atenção total.
- Observe as sinalizações horizontais: O “X” pintado no asfalto indica a proximidade de uma via férrea.
- Aguarde com paciência: Pare na faixa de espera e atravesse somente após a passagem completa do trem.
- Não pare nos trilhos: Certifique-se de que há espaço suficiente para cruzar totalmente.
- Redobre a atenção à noite: Aumente os cuidados em locais com pouca visibilidade.
- Evite cruzamentos clandestinos: Utilize apenas passagens oficiais e devidamente sinalizadas.
- Acompanhe idosos e pessoas vulneráveis: Auxilie-os para garantir uma travessia segura.
Matéria atualizada às 9h22min