Dona de loja no Ceará acusada de golpe sai da cadeia e divulga curiosidades de presídio feminino
A comerciante fez um vídeo para que pessoas que se sentiram lesadas procurem a empresa para resolver as questões de reembolsoPresa suspeita de aplicar golpes em mais de 300 pessoas de cinco estados brasileiros no mês de agosto deste ano, a dona de uma loja de roupas, com sede em Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), permaneceu aproximadamente um mês detida e, depois de ser solta, resolveu usar a Internet para divulgar curiosidades sobre o Presídio Feminino, o Instituto Penal Feminino Desembargadora Auri Moura Costa, localizado em Aquiraz. Na publicação do dia 18 de dezembro, ela descreve gírias e procedimentos comuns entre as internas.
A soltura foi publicada nas redes sociais da comerciante. Acompanhado de um vídeo jornalístico e imagens da empresária saindo do presídio com o documento do alvará de custódia na mão, com um fundo musical gospel, a publicação teve diversos comentários em apoio à comerciante.
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Depois da situação, a mulher utilizou as redes sociais para criar um vídeo com as "cinco curiosidades do presídio feminino em Fortaleza". Ela fala sobre os apelidos, que são chamados "vulgos", gírias e abreviações, e ainda sobre relacionamentos amorosos e momentos íntimos. Ela apontou ainda a situação para fazer as necessidades fisiológicas com outras internas ao redor e a "regra" criada pelas próprias presas, de não fazer necessidades enquanto as outras estão se alimentando.
Vídeo com explicação
Após a saída da prisão, a dona da loja afirmou que não programou ou premeditou dar golpe em pessoas. Ela afirma que a empresa tem sete anos e que sempre trabalhou com estratégia de marketing, e que tem clientes espalhadas pelo Brasil. Segundo ela, o problema começou quando deu início aos pedidos por encomenda, situação em que o cliente escolhe a cor e modelo da roupa e recebia em um determinado prazo.
"No começo deu certo, milhares de pessoas receberam. A quantidade de pedidos foi aumentando, eu já era conhecida, já tinha nome no mercado. A minha empresa já vinha há sete anos e quando a notícia estourou, todo mundo ficou sem saber o que estava acontecendo. Eu cobrava um preço baixo. O volume acelerou em quantidade que eu não estava preparada para aquilo e comecei a ter problemas para entregar, dificuldade para encontrar costureira", informou.
Conforme a dona da loja, ela criou uma bola de neve de pedidos que começaram a atrasar, seguido de vários cancelamentos. "Quando o cliente vem cancelar, 60% a 70% já tinha sido gasto, com tecido, aviamento e mão de obra. Teve semana que atendia em torno de 300 clientes, que compravam de 20 a 30 peças. Conforme a comerciante, ela não possuía caixa e foi criando "uma bola de neve".
"Sempre achei que na próxima remessa ia conseguir corrigir o erro da remessa passada. E faltou maturidade para conseguir resolver de uma forma diferente. Nunca houve a intenção de dar um golpe, tinha loja física, não fazia sentido", destaca.
Comentários
"Todos nós merecemos um recomeço", afirma uma internauta na publicação. Já em outras publicações, seguidores relatam que receberam pedidos e que receberam. "Eu lembro que ela tinha uma loja no começo da feira e acredito que não seja uma pessoa má. Talvez deixou virar bola de neve e não conseguiu se sair. Que Deus restaure o negócio dela e dessa vez ela faça tudo certo", comenta.
Há um perfil chamado loja Marilu Golpe, em que há vídeos da dona da loja e também relatos e prints de pessoas que se dizem enganadas. Há vítimas no Ceará, Pará, Pernambuco e Rio Grande do Norte. Alguns dos prints mostram respostas enviadas pela loja de roupas afirmando que os produtos não seriam entregues e que não havia prazo para estorno.
Já nas redes sociais da comerciante, ela afirma que algumas das vítimas foram ressarcidas e que outras ainda serão. E que houve atraso nos pagamentos devido ao fato de ela ter sido presa.