Morre o executivo Francisco José Ribeiro, ex-diretor do O POVO

Um dos principais nomes do mercado publicitário no Ceará, Ribeiro tinha 84 anos e deixa a esposa e três filhos

Francisco José Ribeiro, ex-diretor comercial do O POVO, morreu na manhã deste sábado, 21, aos 84 anos. A causa da morte não foi divulgada, mas Ribeiro enfrentava problemas de saúde, como o Alzheimer, nos últimos anos. Ele deixa esposa e três filhos.

Com passagem pelo O POVO, onde atuou como diretor da área comercial, Ribeiro também foi um dos primeiros profissionais a integrar a equipe do Diário do Nordeste após sua fundação, em 1981. Ele desempenhou um papel importante na consolidação dos jornais no mercado local e regional.

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O executivo teve uma trajetória marcada pela dedicação e pelo profissionalismo, sendo descrito por colegas como alguém de boa convivência e uma pessoa sempre disposta a contribuir para o crescimento da comunicação social e do mercado de mídia cearense.

A jornalista Lêda Maria, colunista do O POVO, amiga de longa data e colega de trabalho de Ribeiro por quatro décadas, descreve com alegria e emoção a convivência e a influência que ele exerceu em sua trajetória profissional e na publicidade cearense.

"A maior lição que aprendi com ele foi o entusiasmo pela comunicação. Autodidata, ele tinha uma paixão genuína pela propaganda e publicidade, que nos cativava a todos — desde os criadores publicitários até os donos das agências", lembrou ela.

Ribeiro foi pioneiro ao inserir o Ceará no maior evento da publicidade brasileira, o Festival de Gramado. Lêda recorda que, antes de sua iniciativa, a participação do Nordeste era inexistente.

"No segundo ano, voltamos de lá com prêmios. Era uma vibração enorme, o Ceará trazendo medalhas e aplausos pelas campanhas apresentadas." Ela, inclusive, conquistou três prêmios consecutivos de redação publicitária, um marco que atribui ao incentivo de Ribeiro.

Amizade e profissionalismo 

Desde o primeiro encontro, desenhava-se a conexão que uniria profissionalismo e amizade entre os dois. "Ele me disse: ‘Minha filhinha, você vai trabalhar comigo’, depois de ler um texto que ele me pediu para fazer", recordou Lêda. Ainda jovem e dando os primeiros passos na Redação do O POVO, ela recebeu a proposta do então diretor-comercial com certa reticência.

"Aí ele disse: 'pois vamos fazer o seguinte: você trabalha de manhã na redação e, de tarde, trabalha comigo'. Aí eu aceitei. Com pouco tempo, nós resolvemos abrir no jornal a primeira página de propaganda, que é a Layout, que ainda hoje existe. Era semanal, e ele, muito ocupado, cuidava da vida dele e fazia comigo as pautas e avaliava as páginas", explica. 

Ribeiro também deixou marcas na vida pessoal de muitos. Comovida, Lêda conta que ele mantinha uma relação única com os amigos e colegas, reunindo-os frequentemente em suas casas de veraneio. "Era uma verdadeira reunião de lazer e troca de ideias. Ele sempre tinha um papo atraente, capaz de cativar pessoas de todas as idades e classes sociais", conta a jornalista, emocionada.

A calma e a doçura que marcaram sua vida também definiram sua partida. A despeito da doença de Alzheimer com a qual Ribeiro convivia, "ele teve uma partida tranquila", conta, "e eu sei que a minha saudade é a saudade de muitos", completa Lêda. 

O velório de Francisco José Ribeiro será realizado na funerária Ethernus, no bairro Aldeota, com missa de corpo presente marcada para as 15 horas deste sábado. O sepultamento ocorre às 17 horas, no cemitério Parque da Paz.

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