IBGE: 79% das 200 localidades indígenas do Ceará estão fora de terras oficialmente delimitadas

Cidade com maior número de localidades indígenas no Estado é Caucaia, com 56. Apenas 25 delas estão dentro do território oficial dos Tapeba

10:12 | Dez. 19, 2024

Por: Alexia Vieira
Imagem de apoio ilustrativo. Ceará é o quarto estado com maior número de aglomerados indígenas fora de territórios oficiais (foto: Samuel Setubal)

O Ceará conta com 200 localidades indígenas, que consistem em lugares onde existe um aglomerado permanente de habitantes declarados indígenas. De acordo com dados do Censo Demográfico 2022, divulgados nesta quinta-feira, 19, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 79% desses locais estão fora das terras oficialmente delimitadas.

Das unidades federativas, o Ceará é o quarto com maior quantidade de localidades indígenas fora de territórios oficiais (159), ficando atrás apenas do Amazonas (1.077), Pernambuco (237) e Pará (187).

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Os números mostram o atraso no processo de demarcação das terras dos povos originários. O IBGE considerou como territórios indígenas oficialmente delimitados aqueles declarados, homologados, regularizados e encaminhados como reserva indígena até agosto de 2022.

No Ceará, apenas sete terras encontravam-se nestas categorias:

  • Córrego João Pereira (Regularizada)
  • Lagoa Encantada (Declarada)
  • Pitaguary (Declarada)
  • Taba dos Anacé (Encaminhada RI)
  • Tapeba (Declarada)
  • Tremembé da Barra do Mundaú (Declarada)*
  • Tremembé de Queimadas (Declarada)

*A terra Tremembé da Barra do Mundaú foi homologada em 2023, depois do período considerado pelo Censo 2022.

Das 41 localidades que estão incluídas em terras indígenas do Ceará, a maioria, 25 delas, está no território Tapeba, predominantemente no município de Caucaia. No entanto, Caucaia chega a ter 56 aglomerados de indígenas no total.

A segunda cidade com maior número de localidades indígenas é Monsenhor Tabosa, com 44. Ela é seguida de Itarema (24) e Crateús (16).

Em Fortaleza, o IBGE registrou uma localidade indígena formada pelo povo Warao, indígenas venezuelanos que migraram para a Capital durante a crise humanitária e econômica do país de origem. Cerca de 20 famílias Warao vivem no Centro de Fortaleza, conforme mostrado por reportagem do O POVO.