Escolas indígenas recebem cursos de robótica e programação no Ceará

Projeto atendeu escolas de Caucaia e Aquiraz, promovendo inclusão digital e valorização cultural para estudantes

21:57 | Dez. 18, 2024

Por: Fabrícia Braga
Projeto atendeu estudantes de 8 a 17 anos (foto: Reprodução)

Cinco escolas indígenas no Ceará ganharam aulas de programação e robótica. A iniciativa faz parte do Projeto Programando e Aprendendo Itinerante, realizado pelo instituto Idear. As escolas beneficiadas ficam nas cidades de Aquiraz e Caucaia, localizadas na Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), e atendem estudantes entre 8 e 17 anos. 

Na última segunda-feira, 16, um total de 187 estudantes da Escola Indígena Tapeba, em Caucaia, foram certificados.

O projeto contempla cinco escolas indígenas: Escola Indígena Tapeba, Escola Indígena Narcisio Ferreira Matos, Escola Indígena Direito de Aprender do Povo Anacé, Escola Indígena da Ponte e Escola Indígena Jenipapo Kanindé.

Os cursos oferecidos abrangem desde robótica básica e lógica de programação até desenvolvimento de aplicativos, animações e ética digital, possui uma abordagem que combina tecnologia e questões sociais.

Além de promover e desenvolver habilidades tecnológicas, o projeto visa proporcionar aos alunos o trabalho em equipe, fomentar o pensamento crítico e a criatividade.

"Esse projeto é de suma importância para os povos indígenas no Ceará porque vem desfazer o estereótipo de que o indígena é incapaz, de que o indígena é atrasado ou não tem possibilidade de aprender e ser incluído no mundo das tecnologias. Foi dada a oportunidade para que muitos dos nossos alunos tivessem seu primeiro contato com a máquina, os teclados e mouse”, contou Nildo Sabará, diretor da Escola Indígena Tapeba.

O Programando e Aprendendo Itinerante já alcançou outras cidades cearenses, como Pacoti e Paracuru, priorizando jovens em situação de vulnerabilidade socioeconômica. Atualmente, 61% dos participantes se encontram nesse grupo. Em 2023, o projeto certificou 385 estudantes no estado.

Fernando Fasti, coordenador do projeto, explicou que a inclusão digital é o principal objetivo da iniciativa. “Queremos aproximar jovens de comunidades tradicionais das novas culturas digitais. O programa também tem sido enriquecedor para o próprio Instituto Idear, pois aprendemos muito com essas comunidades. Além disso, é importante destacar que 47% dos participantes são meninas, o que reforça nosso compromisso com a igualdade de gênero”, pontuou.

Com o apoio do Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente do Ceará e de empresas parceiras, o projeto é totalmente gratuito para os participantes.