Suspeito de promover campanha de ódio e ameaças contra Maria da Penha é alvo de operação
Justiça determinou a suspensão do perfil do suspeito no Instagram. O homem faz parte de uma comunidade virtual que produz conteúdos de ódio contra mulheresUm suspeito de promover ameaças e campanha de ódio contra a farmacêutica Maria da Penha foi alvo da operação Echo Chamber, realizada nos estados do Rio de Janeiro e no Espírito Santo.
A operação, deflagrada pelo Ministério Público do Ceará (MPCE), por meio do Núcleo de Investigação Criminal (Nuinc), cumpriu mandados de busca e apreensão na casa do investigado, no Espírito Santo, e em um evento voltado ao público masculino que ele participava no Rio de Janeiro.
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Foram apreendidos equipamentos eletrônicos para análise pelo MPCE. A Justiça determinou ainda a suspensão do perfil do suspeito no Instagram por 90 dias, proibição de contato com Maria da Penha e suas filhas, bem como de se aproximar da residência delas.
Ele também foi impedido de se ausentar da comarca onde reside por mais sete dias, sem autorização judicial, assim como do País.
Suspeito fez ameaças à Maria da Penha na internet e visitou a antiga residência da ativista
De acordo com as investigações, o suspeito faz parte de uma comunidade digital que dissemina ódio às mulheres. No primeiro semestre de 2024, Maria da Penha passou a sofrer ataques do grupo.
A campanha de ódio atinge a honra de Maria da Penha, atribuindo-lhe conteúdo ofensivo e de natureza caluniosa, consistindo em possíveis delitos de intimidação sistemática virtual (“cyberbullying”), perseguição (“stalking”/”cyberstalking”), ameaça, dentre outros.
Um perfil específico, com elevado número de adeptos, produzia conteúdos misóginos, com ódio e desprezo contra mulheres e meninas, deturpando informações.
A página atacava Maria da Penha, sua história de vida e a Lei 11.340/2006 que leva o seu nome. Conforme o MP, o principal investigado se deslocou ainda à antiga residência de Maria da Penha, no bairro Papicu, em Fortaleza, local em que a tentativa de feminicídio contra ela ocorreu em 1983.
A ativista precisou ser incluída no Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos no Ceará. Com isso, ela passou a ter medidas protetivas, atendimento jurídico e psicossocial.