Estudantes cearenses são premiados no concurso "Redação Enem: Chego Junto, Chego a 1.000!"

Os vencedores receberam notebooks e smartphones. Participaram do tema sorteado para a final do Concurso cerca de 15 mil redações

Alunos da rede pública do Ceará foram premiados na manhã desta terça-feira, 17, durante o encerramento da edição 2024 do concurso “Redação Enem: Chego Junto, Chego a 1.000!”. A cerimônia reconheceu os autores dos três melhores textos da etapa estadual do concurso, que foram contemplados com notebooks.

Os professores responsáveis pelos três primeiros colocados ainda foram premiados, cada um com um smartphone. Além disso, os 23 estudantes classificados na etapa regional também receberam smartphones como reconhecimento pelo desempenho.

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O concurso faz parte do Enem Mix, iniciativa anual realizada em parceria entre a Fundação Demócrito Rocha (FDR) e a Secretaria Estadual de Educação (Seduc). O principal objetivo é preparar os estudantes da rede pública estadual para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), sendo direcionado a alunos do terceiro ano do ensino médio e da Educação de Jovens e Adultos (EJA).

A cerimônia de encerramento e premiação do concurso aconteceu no Espaço O POVO de Cultura & Arte, em Fortaleza. O evento contou com a presença do secretário-executivo da Seduc, Helder Nogueira; de representantes da equipe técnica da Seduc e das Credes; do diretor administrativo-financeiro da Fundação Demócrito Rocha, André Avelino de Azevedo; além dos alunos finalistas.

“Este é o momento de parabenizar e premiar os gestores e professores. Todos os funcionários das escolas estão de parabéns. Não podemos esquecer das famílias e, principalmente, os grandes protagonistas de tudo isso: os estudantes”, comenta o secretário-executivo de Educação, Helder Nogueira.

Já para Bruna Leão, coordenadora do Protagonismo Estudantil e Educação Complementar da Seduc, o concurso ajuda os alunos a refletirem sobre os problemas da sociedade e buscarem soluções. “Esse treino constante na escrita se reflete diretamente nos resultados do Enem. Essa reflexão não serve apenas para o momento da avaliação, mas também como aprendizado para a vida”, explica.

Nesta edição do concurso de redações, foram enviadas 67.420 redações, das quais 15.957 concorreram com o tema sorteado: “Desafios para o enfrentamento da crise climática na contemporaneidade”. O tema é escolhido por meio de sorteio, com base em inforreportagens do O POVO.

André Avelino de Azevedo, da Fundação Demócrito Rocha (FDR), destaca os bons resultados dos alunos ao longo do concurso. “Essas ações colocam o Ceará na vanguarda da Educação. Tivemos várias redações com notas acima de 900, o que nos deixa muito felizes”, afirma.

O primeiro lugar do Concurso foi conquistado pela aluna Ana Karolina Monte Dantas, do Colégio da Polícia Militar do Ceará, em Fortaleza. "Queria agradecer à minha professora pelo empenho, porque foi ela quem acompanhou as minhas redações até eu conseguir chegar a um bom resultado. É incrível estar aqui e ver que todo o esforço rendeu frutos”, ela comenta.

A estudante sonha em cursar Medicina e aguarda o resultado do Enem deste ano. Ela compartilha uma mensagem motivadora para outros alunos que ainda irão prestar o Exame. "É normal se sentir desmotivado. Se insistir e continuar tentando, uma hora vai conseguir o que deseja".

A professora de Karolina é Adriana Pinho, que leciona português e redação no Colégio Militar da PM desde 2006. Ela dá dicas para fazer uma boa redação na próxima edição do Enem: “Não deixe para a última hora! Muitos alunos acreditam que podem se preparar no último mês, mas o preparo para o Enem é um processo contínuo”, comenta.

Ela recomenda começar o treinamento desde o início do ano, trabalhando todas as competências exigidas e abordando diferentes temas e materiais de repertório para que os alunos aprendam a construir bons argumentos.

Ainda na etapa estadual, Caio Cunha da Silva, da Escola Darcy Ribeiro, também em Fortaleza, ficou em segundo lugar. Já Mateus Victor Gomes Borges, da Escola Professora Maria Afonsina Diniz Macêdo, de Várzea Alegre, obteve o terceiro lugar.

Confira a redação, na íntegra, de Ana Karolina Monte Dantas:

Em maio de 2024, o Sul do Brasil foi atingido por enchentes devastadoras, resultando em uma crise humanitária em decorrência dos efeitos do "El Nino" na região. Nessa conjuntura, esse quadro tende a se repetir, uma vez que não se observa uma mudança no que tange ao combate à instabilidade climática contemporânea, comprometendo a população brasileira em um nível socioeconômico. Nesse sentido, vê-se um grave problema em virtude da inoperância estatal e da mentalidade capitalista. Dessa forma, é imprescindível uma intervenção sociogovernamental, a fim de superar os desafios mencionados.

Com efeito, é válido postular a inércia governamental como um fator proeminente para a manutenção da problemática. De fato, o filósofo polonês Zygmunt Bauman ressalta que uma instituição, quando posicionada de maneira a ignorar a sua função original, pode ser considerada em um estado "zumbi". Sob esse viés, a persistente ausência de regulamentação eficiente que iniba as ações contaminadoras de indústrias e usinas, como a queima de combustíveis fósseis e a emissão de gases poluentes, contribui para a sobrecarga da atmosfera e, consequentemente, para piora dos efeitos meteorológicos locais. Diante disso, consolida-se a intensificação nas zonas afetadas do efeito estufa, agente causador da inundação de áreas costeiras e da desertificação de lugares férteis. Considerando isso, o obstáculo prevalece com base na negligência do Estado, um notório impasse a ser resolvido.

Outrossim, a situação supracitada é potencializada pelo ideário capitalista. Nesse panorama, pode-se fomentar o dilema com a teoria "metabolismo social" do sociólogo alemão Karl Marx, que descreve a relação sociedade-natureza e a interrupção dessa maximização do lucro. Tendo isso em vista, a priorização do capital sobre o desenvolvimento sustentável leva à exaustão dos recursos naturais, a degradação do meio ambiente, o que Marx salienta, e reforça a crise global. Sob tal perspectiva, fenômenos tóxicos, como a inversão térmica e a chuva ácida, tornam-se mais recorrentes, prejudicando a saúde humana e o bem-estar da flora e da fauna, assim como danificando as obras urbanas atingidas. Contudo, as pessoas desconsideram que isso afeta a todos, o que intensifica o embróglio, demandando soluções.

Diante do exposto, urge a criação de medidas que me tirem a questão. Isto posto, é responsabilidade do Ministério do Meio Ambiente e das Mudanças do Clima - órgão regulador da política ambiental no Brasil - elaborar e implementar diretrizes que promovam a diminuição da liberação de gases tóxicos na atmosfera, mediante legislações e normas que estabeleçam padrões e limites de emissão e descarte de poluentes, além do monitoramento das referidas, a fim de amenizar a degradação ambiental e as transições climáticas e regulares. Ademais, cabe ao Ministério da Economia investir em incentivos fiscais para as empresas e as instituições que adotam práticas ecológicas sustentáveis, tais como o uso de fontes de energia renováveis, objetificando equilibrar o crescimento econômico como a proteção socio-ambiental. Com isso, enfim, crises climáticas e humanitárias como a do Sul do país poderão ser, devidamente, evitadas.

 

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