Ceará realizou 150 mil cirurgias eletivas em 2024 e superou procedimentos de 2023
Ceará é o quinto estado que mais expandiu a quantidade de procedimentos na rede pública, de acordo com o Ministério da SaúdeO número de cirurgias eletivas realizadas em 2024 até esta quarta-feira, 11, superou a quantidade executada durante todo o ano de 2023 e já é 21,8% maior. Foram 150.468 procedimentos efetuados em diversas especialidades, como oftalmologia, ortopedia, ginecologia e neurologia, contra 123.449 feitos no ano passado.
As cirurgias eletivas são aquelas programadas, que não exigem a mesma celeridade dos procedimentos de urgência. Em 2023, o governo do Estado e Federal lançaram programas para diminuir a fila de espera para essas intervenções.
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Devido à pandemia e à necessidade de pausar as cirurgias eletivas, muitos usuários foram prejudicados com a demora no atendimento.
“A gente saiu realmente de históricos passados de baixa execução de programas federais de cirurgias eletivas. A gente está conseguindo ter um destaque entre os cinco principais estados que tiveram aumento de taxa de execução no País”, explica a coordenadora do Programa Estadual de Redução de Filas de Cirurgias Eletivas, Melissa Medeiros.
De acordo com relatório do Programa Nacional de Redução de Filas, do Ministério da Saúde, o Ceará é o quinto estado que mais expandiu a quantidade de procedimentos na rede pública. O Estado está atrás apenas da Paraíba, Maranhão, Rondônia e Santa Catarina.
A taxa de expansão é calculada comparando a quantidade de cirurgias da fila realizadas pelas unidades federativas entre fevereiro e agosto de 2023 e 2024. A taxa do Ceará foi de 1,36, correspondendo a um aumento de 36% no número de procedimentos executados no período.
Nesse mesmo período, o Brasil apresentou um crescimento de 20% no total de cirurgias eletivas realizadas.
Os procedimentos executados em 2024 são provenientes da fila de espera congelada anualmente e das novas demandas que surgiram durante o ano. A primeira fila congelada do programa foi estipulada no início de 2023, com 68.107 pessoas.
Desse total, restaram 14.400 ainda aguardando cirurgia. Elas foram incorporadas na fila congelada em janeiro de 2024, que iniciou o ano com 55.495 demandas de procedimentos.
Para a fila de 2025, serão remanejadas 14.846 pessoas da fila de 2024 que ainda não realizaram as cirurgias. Também entrarão aquelas que chegaram na fila neste ano e não conseguiram fazer o procedimento. A estimativa é que 150 mil pessoas tenham entrado na fila de cirurgia em 2024.
O processo de “congelar” a fila anualmente serve para a rede de saúde melhorar o planejamento e o investimento. Esses dados subsidiam também a distribuição das cirurgias no Estado.
“Às vezes pode parecer frustrante a gente continuar com fila grande, mas você tem que entender que a fila é muito dinâmica. E olha o quantitativo que a gente operou. Então, o que eu entendo é que, na verdade, é gratificante a gente saber que as pessoas estão acreditando mais num programa de cirurgias eletivas, tanto que elas estão procurando mais o SUS. Agora que a gente está dando resolutividade a muitos anos de cirurgias paradas”, afirma Melissa.
A coordenadora explica ainda que há pacientes que continuam na fila por não ter todos os exames necessários, por faltar consultas ou por não querer realizar o procedimento no período em que foi selecionado.
“A gente não pode pensar numa fila linear, porque quando se trata de saúde existem variáveis. Tem muitas pessoas que perdem o interesse, algumas precisam de exames mais complexos, outras precisam de mais tempo, não estão preparadas para fazer a cirurgia. Mas o cadastro delas continua valendo”, diz.
Cirurgias de traumato-ortopedia terão atenção e recursos específicos em 2025
Apesar dos avanços na diminuição da fila de cirurgia, os procedimentos de traumato-ortopedia ainda precisam de mais atenção. Em 2025, há planos para acelerar o atendimento de quem espera procedimentos desta especialidade.
De acordo com Melissa Medeiros, coordenadora do Programa Estadual de Redução de Filas de Cirurgias Eletivas, um edital do Ministério da Saúde deve destinar R$ 600 milhões para as 27 unidades da federação com o intuito de financiar as cirurgias de traumato-ortopedia.
“Realmente são cirurgias mais caras e os valores do da tabela SUS estão bastante defasados. O que o SUS repassa pra gente em termos de valor de OPME (Órteses, Próteses e Materiais Especiais) e de cirurgias traumato-ortopédicas, a gente precisa, enquanto estado, suplementar bastante”, explica.
Das 68.107 pessoas que estavam na fila de cirurgias em 2023, 16.267 aguardavam intervenções traumato-ortopédicas. Dessas, 11.397 foram operadas em 2023. O restante foi remanejado para a fila de 2024.
Apesar de serem feitas muitas cirurgias dessa especialidade, a demanda continua aumentando a cada ano. “É importante que a gente tenha um olhar diferenciado para as filas que andam mais lento para que a gente possa desenhar uma política para avançar nelas também”, diz Melissa.